Maurício Oliveira
Publicada em 27/06/2012 às 13:54
Enviado especial a Buenos Aires (ARG)
Milhares de integrantes de sindicatos de caminhoneiros espalhados por toda a Argentina já deram início à mobilização programada para a tarde desta quarta-feira na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do Governo Federal, em Buenos Aires. Vários núcleos de diferentes regiões do país passam com frequência em frente ao hotel onde está hospedada a delegação do Corinthians.
Mais de 50 sindicatos da central operária argentina (CGT) apoiaram a mobilização. Eles exigem reajuste salarial e benefícios tributários, entre outras coisas. Nos últimos dois dias, uma paralisação da classe impediu a distribuição de gasolina nos postos e provocou falta de gás em algumas regiões do país.
Para analistas políticos locais, os protestos têm fortes razões políticas. Principalmente porque Hugo Moyano, um dos líderes da CGT, virou oposicionista, depois de ser por alguns anos aliado do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), morto há dois anos, e de sua mulher, a presidente Cristina Kirchner (2007-2011), reeleita até 2015.
Argentinos e corintianos juntos (Foto: Eduardo Viana)
A situação preocupa tanto o Governo que a presidente Cristina Kirchner antecipou sua volta à capital, depois de participar da cúpula do G-20 (das 20 maiores economias do mundo), no México, e da Rio+20, no Rio.
Com bandeiras, faixas e gritos de apoio ao protesto, os caminhoneiros caminham pelas ruas de Buenos Aires. Quando encontram os corintianos, cantam e se abraçam aos brasileiros (se forem torcedores rivais do Boca Juniors, como os do River Plate e do Racing, por exemplo) ou provocam com gritos impublicáveis (caso dos fãs do Boca).
Um dos sindicatos que apoiam a mobilização, o de Tucuman, por exemplo, tem a cor verde como uniforme. Corintianos não gostaram de ver camisas e bandeiras desfilando em frente ao hotel. Disseram que pode dar azar...
A polícia fechou ruas e o trânsito no Centro de Buenos Aires está caótico.
Restam algumas horas para o início do jogo Boca x Corinthians, às 22h desta quarta-feira, na Bombonera, e ônibus de torcedores do Timão ainda são aguardados na capital argentina.
