domingo, 25 de novembro de 2012

Tite aprova estrangeiros na Seleção, mas mostra restrições a Guardiola

Tite no treino do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)Técnico Tite durante treino do Corinthians
(Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)

A possibilidade de um treinador estrangeiro assumir a Seleção Brasileira ainda causa polêmica entre os profissionais locais. Muricy Ramalho, do Santos, reprova a ideia. Tite, do Corinthians, já foi contra e agora garante que concordaria com um gringo em um dos cargos mais cobiçados do país. Mas, quando o assunto é Pep Guardiola, ex-Barcelona, o treinador não tem a mesma aprovação.

- O Barcelona é extraordinário, mas gosto de ver profissionais que tenham construído uma carreira. O Guardiola só tem o Barcelona. Qual técnico não queria ter o material humano dele? A essência do futebol está no atleta. Não é desmerecer o profissional. Estou falando de lastro – afirmou.

O comandante do Timão usa como exemplos duas de suas referências no esporte: José Mourinho, atualmente no Real Madrid, e Abel Braga, do Fluminense. Tite lembra que o treinador português passou por diversos clubes importantes na Europa e tem experiência necessária para assumir um cargo de tanto peso. Guardiola, que veio da base do Barcelona e construiu um dos times mais vitoriosos da história do clube, está desempregado analisando ofertas.

- Vamos pegar Guardiola e Mourinho, olho bastante o lastro. Eu falo do Mourinho: veja no Porto, no Chelsea, no Inter de Milão, tem uma sequência de trabalhos. Vamos olhar o campeão do mundo Abel Braga, agora campeão brasileiro – citou.

Tite, Abel Braga, Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari são os nomes mais cotados para ficar com o lugar de Mano Menezes, demitido na última sexta-feira. Um nome do exterior está praticamente descartado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

- Tudo é possível para técnicos em clubes e seleções. Não vejo escola gaúcha, escola carioca. Vejo competência. É preciso ver o trabalho que fez, os títulos, quanto tempo ficou no clube... - disse.
 



Tite usa domingo para escolher último jogador da lista do Mundial

O domingo não será de descanso para o técnico Tite. Um dia depois do empate contra o Santos, no Pacaembu, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro (veja os melhores momentos no vídeo ao lado), o treinador vai aproveitar o restante do fim de semana para decidir a lista dos 23 jogadores do Corinthians que disputarão o Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão. São poucas dúvidas.

Ele não sabe se leva o zagueiro Anderson Polga como o reserva imediato do volante Ralf, jogador de maior poder de marcação no elenco. O pentacampeão foi utilizado na função diante do Peixe e teve um rendimento bastante discreto, saindo no segundo tempo para a entrada de Guilherme.

– Com o Polga, a primeira bola defensiva fica bem montada. Fazia tempo que ele não jogava nessa função. O que não tínhamos era fazer o passe fluir, mas ele estava dando consistência defensiva pelo lado esquerdo. Um cara mais fixo pode ser o Polga. Se precisarmos de alguém que construa mais, é o Guilherme – explicou.

Tenho alguns machucados, pode entrar o Felipe para zagueiro... segunda-feira eu defino"

Tite

Caso Polga seja o escolhido para a função, abre-se uma vaga na zaga. Assim, Felipe, de 23 anos, ficaria com o lugar. O jogador, pouco utilizado em todo ano e última opção do setor, quase foi emprestado para o Flamengo durante o Brasileirão, mas teve uma nova chance depois de agradar ao treinador na partida diante do Bahia, no Pacaembu.

A outra alternativa de Tite é manter o veterano defensor como zagueiro. Se isso acontecer, ele deve optar por mais um volante no grupo, provavelmente Willian Arão, de 20 anos. O marcador também não esteve em muitas partidas ao longo do ano e perdeu ainda mais espaço no elenco depois que a diretoria contratou Guilherme, da Portuguesa.

– Vou para casa e ver com calma. Tenho alguns machucados, pode entrar o Felipe para zagueiro...segunda-feira eu defino – disse Tite.

A surpresa deve ser a ausência do meia Ramírez. Além de ter perdido espaço no segundo semestre, o jogador tem uma lesão na coxa esquerda e não sabe se estará recuperado. O peruano, aliás, corre o risco de deixar o clube na temporada 2013. Ele já manifestou o interesse de se transferir para atuar com mais frequência e pode ser emprestado ao Universitario-PER.

– Praticamente fora - disse o treinador em referência a Ramírez no fim da entrevista coletiva de sábado.

Confira a provável lista dos 23 inscritos do Corinthians:

Goleiros: Cássio, Julio Cesar e Danilo Fernandes
Laterais: Alessandro, Fábio Santos e Guilherme Andrade
Zagueiros: Chicão, Paulo André, Wallace, Anderson Polga e Felipe (Willian Arão)
Volantes: Ralf, Paulinho, Guilherme e Edenílson
Meias: Douglas, Danilo e Giovanni
Atacantes: Emerson, Paolo Guerrero, Jorge Henrique, Martinez e Romarinho

Tite Corinthians grupo (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)Grupo do Corinthians está praticamente definido (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)



Sheik cita a sua macaca para minimizar desentrosamento com Guerrero

Emerson não parece estar muito preocupado com a indefinição do ataque titular do Corinthians para o Mundial de Clubes. Herói da conquista da Copa Libertadores da América, ele sabe que as recentes lesões e alguns atos de indisciplina não deverão tirá-lo da equipe. O desentrosamento com o peruano Guerrero, seu provável parceiro no Japão, também não incomodam o Sheik.

"Vale lembrar que passo mais tempo do meu dia com o Guerrero do que com a minha macaca Cuta", sorriu Emerson, citando o seu animal de estimação. "Treinamos juntos todos os dias, então já existe algum entrosamento. Os jogos são necessários só para a gente ter um pouco mais de contato e aperfeiçoar isso", complementou.

Tite já deu a entender que dificilmente abrirá mão de Guerrero entre os titulares no Mundial. O comandante gosta de ter um centroavante de referência como o peruano em seu time. Romarinho, Martínez e Jorge Henrique, no entanto, ainda estão no páreo na disputa por uma das vagas no ataque corintiano.

"Não cabe aos atletas responderem sobre a titularidade", desconversou Emerson. "Não sei quem vai jogar, sinceramente, embora eu queira muito ser escolhido. Quem decide é o nosso treinador, um cara bastante junto. Todo mundo quer ser titular, inclusive eu. Vamos ver o que pode acontecer", acrescentou.No empate por 1 a 1 com o Santos, Emerson e Guerrero atuaram juntos. Mas Jorge Henrique entrou em campo no segundo tempo após pedidos da torcida, deu assistência para o gol do zagueiro Wallace e ficou motivado: "Vou treinar muito até o Mundial. Ainda teremos o jogo contra o São Paulo para eu buscar o meu espaço na equipe".

Tite gosta de estimular a concorrência sadia entre seus atacantes. Até o final do Campeonato Brasileiro, o técnico não definirá publicamente os escolhidos para a formação titular no Mundial de Clubes. "Vou usar um chavão da minha filha para isso: sei lá", sorriu.



Tite se constrange com boatos, defende Mano e 'contesta' Guardiola

O técnico Tite evitou conceder entrevista coletiva na sexta-feira, dia em que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) demitiu Mano Menezes, para não ouvir especulações sobre um possível convite para dirigir a Seleção Brasileira. No sábado, após o clássico contra o Santos, não houve escapatória. O comandante do Corinthians chegou a ficar constrangido com uma série de perguntas a respeito do seu futuro profissional.

Gobbi avisou que não libera o técnico

"Não recebi nenhum convite. Ao mesmo tempo, tenho a maior oportunidade da minha vida no Mundial de Clubes. O Corinthians já tem este título, mas eu não. Não vou ficar desviando o meu foco. Construí toda a minha carreira para chegar a esse momento mágico", discursou Tite, repetindo seguidamente que o torneio realizado no Japão, em dezembro, é a sua única preocupação.

Tite também foi cauteloso quando falou sobre outros profissionais. Ao citar Mano Menezes, por exemplo, o técnico implorou para que a sua resposta não fosse editada de modo polêmico. "Sempre lutei para que todos os trabalhos tivessem sequência em suas etapas. Coerentemente, penso o mesmo em relação ao Mano. Mas é algo que compete à CBF. E penso assim para todos os profissionais, de uma maneira geral. Se um dia o Andrés não me segurasse, eu não estaria aqui", recordou.

Quando mencionou o espanhol Josep Guardiola, no entanto, o treinador do Corinthians se abriu um pouco mais. O espanhol, assim como Tite, foi um dos especulados para assumir o cargo que era de Mano - embora tenha pouco tempo de profissão no currículo. "Gosto de analisar o lastro do profissional. Vejam o José Mourinho, que já passou por Porto, Chelsea, Inter de Milão e Real Madrid. O Guardiola só treinou o Barcelona. É muita coisa, mas quem não queria o material humano que ele tinha? Não estou desmerecendo o técnico, mas a essência do jogo é o atleta", argumentou.Apesar de ‘contestar’ Guardiola, Tite não é contrário à contratação de um treinador estrangeiro para a Seleção Brasileira. "Tudo é possível. Não acho que tenha escola europeia, gaúcha, carioca... Eu mesmo sou gaúcho e me considero muito mais parecido com o Parreira na forma de pensar o futebol. Um bom trabalho depende de competência, e não de nacionalidade", disse, mencionando um ex-treinador que era muito querido na CBF.

Em termos de competência, Tite está em alta. Foi campeão brasileiro no ano passado e deu o inédito título da Libertadores ao Corinthians nesta temporada. Mário Gobbi, presidente do clube, já avisou que não liberará o treinador para a Seleção Brasileira - diferentemente do que Andrés Sanchez fez com o próprio Mano Menezes após a Copa do Mundo de 2010.

Durante o empate por 1 a 1 com o Santos, sábado, alguns torcedores também fizeram coro pela permanência de Tite no Corinthians. "Eu já estou aqui", ele lembrou. "Tive convites de outros times e não saí. Sei que as coisas estão pipocando, mas devo tomar cuidado. O Corinthians está me proporcionando uma situação ímpar na carreira. O meu grande desejo é ser campeão mundial. Nada é mais importante do que isso atualmente", priorizou o corintiano.



Emerson explica que deu o troco com falta de fair play no clássico

Autor de um gol decisivo contra o Santos nas quartas de final da última Copa Libertadores da América, o atacante Emerson voltou a enervar o time rival na noite deste sábado, no Pacaembu. Desta vez, com uma atitude polêmica. O Sheik se recusou a devolver a bola para o adversário após o goleiro Rafael paralisar o jogo para receber atendimento médico, ainda no primeiro tempo.

"Não é que eu esteja pilhado. Estamos orientados pelo nosso treinador, um cara de postura, a fazer o máximo de fair play possível. Pô, mas também há limite. Antes, eu claramente joguei a bola para fora porque me machuquei, e eles não devolveram. Achei justo, pela conduta deles, fazer o mesmo depois. É para eles verem o quanto é bom ser respeitado", esbravejou Emerson.

Após ouvir uma série de reclamações de jogadores do Santos, principalmente do volante Arouca, o Sheik ganhou apoio se seu comandante. "Não foi feito fair play pelo Santos antes. O Emerson dominou a bola, sentiu dor no tornozelo e jogou para a lateral. Mas eles não devolveram. Do outro lado, pagou-se com a mesma moeda. Já que a arbitragem não pode coibir: não recebemos, então não devolvemos", discursou o técnico Tite.

Nesta semana, um caso de falta de fair play já havia repercutido mundialmente. O atacante brasileiro Luiz Adriano aproveitou uma bola devolvida ao adversário para marcar um dos gols da vitória por 5 a 2 do ucraniano Shakhtar Donetsk sobre o dinamarquês Nordsjaelland, pela Liga dos Campeões. Ele foi afastado por sua equipe e corre risco de acabar punido pela Uefa.



Corinthians 1 x 1 Santos: Na despedida do Pacaembu, Timão arranca empate já no fim

Pelo lado praiano, a única meta do time de Muricy Ramalho era não desgastar ainda mais a imagem de uma campanha apenas regular em 2012. Com Neymar suspenso, o treinador era a grande atração do jogo - ao lado de Tite - já que ambos estão cotados para assumir a seleção brasileira após a demissão de Mano Menezes, na última sexta-feira.

Com o "cenário" montado (os nomes dos jogadores estavam escritos em japonês, além da apresentação de um grupo musical oriental antes da partida e da bandeira estendida pela torcida, representando o Monte Fuji), os donos da casa começaram em cima do Santos. No primeiro lance do jogo, Romarinho tentou passar entre dois e caiu pedindo pênalti, que para o árbitro não foi nada. Aos 3, o atacante chegou novamente e após tabela lançou Emerson, que desperdiçou o ataque ao se enrolar com a bola.

Victor Andrade até que tentou responder pelo Santos, com chute rasteiro que assustou Cássio, mas foi Guerrero quem poderia ter aberto o placar, aos 6 minutos. O peruano recebeu ótima bola de Edenílson, após contra-ataque rápido, mas Rafael dificultou o trabalho do atacante ao sair bem do gol, e a finalização acabou indo direto pra fora.

O duelo só não seguiu mais movimentado pelos não tão numerosos, mas constantes, erros de passe de ambos os times na armação de jogada. O "selecionável" Muricy não parava de atribuir os erros à distância entre meio-campo e ataque - o nome mais ouvido nas cobranças do treinador era o de Felipe Anderson, responsável maior pela criação de jogadas.

 E quando o ritmo do jogo já havia caído bastante, o Santos abriu o placar. Justamente quando dominou um pouco mais adiantado, Felipe Anderson achou André no comando de ataque, que devolveu ótima bola para o meia. Cássio não fechou totalmente o canto e ele mandou ali mesmo, abrindo o placar aos 36 minutos.

Romarinho teve a oportunidade do empate de cabeça pouco depois, aos 40. Emerson cobrou escanteio e após saída ruim de Rafael, Romarinho só precisava acertar o gol, mas pegou mal na bola e mandou para o corte da defesa.

Cresce número de passes errados em segundo tempo de poucas chances e Corinthians chega ao empate

A atuação na primeira etapa não ajudou, mas o clima de despedida antes do embarque da delegação corinthiana para o Japão estava propício para um resultado ao menos razoável para os donos da casa. Com 8 minutos, a coisa parecia que não mudaria. Emerson apareceu livre, na cara do goleiro Rafael, mas acabou pegando de forma bizarra na bola e mandando por cima da meta, desperdiçando de longe a oportunidade mais clara do jogo.

A atuação do ídolo da Fiel, aliás, foi um caso à parte nesta noite de sábado. Longe de estar em seus dias mais inspirados, o Sheik discutia a todo momento com os defensores santistas, discussões essas que começaram com um toque de Henrique por trás ainda no primeiro tempo, bola pra fora para atendimento de Emerson e nenhuma devolução por parte do Santos. E se intensificaram após lance aos 14 minutos da última etapa, onde o atacante caiu pedindo pênalti.

Aos 19, o empate do Timão só não saiu por intervenção de Juan. Guerrero bateu cruzado, forte, e Rafael espalmou, deixando a sobra para Danilo, que mandou para o gol. Mas o lateral adversário se jogou na bola e evitou o tento que igualaria o placar. Logo depois, Muricy tiraria Patito Rodríguez para lançar Adriano, visando fortalecer a marcação e segurar o resultado.

A mudança não fez muito efeito, já que o ataque da Vila Belmiro era praticamente nulo e não segura a posse de bola na frente. André, muito isolado, mal tocava na bola, enquanto Felipe Anderson estava sobrecarregado na armação, pois Victor Andrade seguia tendo atuação muito apagada durante toda a partida.

Enquanto isso, os donos da casa pareciam jogar para dar um gostinho de triunfo para a torcida que enxeu o estádio do Pacaembu. Foi ela quem pediu Jorge Henrique e foi prontamente atendida por Tite. E se as substituições de Muricy Ramalho pouco mudaram o jogo, a de Tite acabou sendo decisiva. Foi o atacante recém colocado na partida que cobrou a falta na área, aos 34 minutos, e encontrou Wallace entre os zagueiros santistas para empatar a partida de cabeça.

Já com 41 minutos, num lampejo de Emerson Sheik do primeiro semestre, o atacante saiu da falta de Henrique, disparou pela direita e deu um lindo passe para Romarinho, que invadia a área pelo meio. O jovem atacante dominou com apenas um toque, mas foi o bastante para Bruno Rodrigo chegar mandando pra longe, num chutão que sacramentou o empate no quinto encontro das equipes em 2012 - um ano recheado de emoções para o Timão e nem tanto para os antes mais badalados santistas. E olha que ainda não acabou hein.. agora é adeus Pacaembu e brevemente olá Japão!



Gobbi volta a enfatizar permanência de Tite no Corinthians

O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, não parece nada contente com as especulações de Tite na seleção brasileira. Neste sábado, ele voltou a dizer que o treinador não vai sair do alvinegro e ainda fez críticas contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

"Em 2010, perdemos o Brasileiro porque o Mano foi para a seleção. Estamos o tempo todo cedendo nossa comissão técnica e nossos jogadores. Paulinho e Ralf não jogam hoje, aliás, porque estavam na seleção. Está na hora da seleção nos dar alguma coisa também. E o Tite não vai pedir para sair", afirmou o incomodado Gobbi.

Prêmio para Sheik

Porém o Corinthians não tem só notícia ruim. O atacante Emerson ganhou o prêmio de melhor jogador da Libertadores de 2012. Ele recebeu a premiação no Pacaembú, antes do clássico contra o Santos.

 “O Corinthians é muito grande para se contentar apenas com uma Libertadores. Eu espero levantar mais um caneco desse. Quanto ao Mundial, a preparação tem sido muito boa. Nós estamos motivados para viajar, encarar esses dois jogos como se fossem os últimos e voltar para o Brasil com mais um caneco", disse Sheik.