quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Tacada de sorte: Cuca, Roth e Luxa têm se dado bem nas substituições

Celso Roth, Cuca, Luxemburgo, Montagem (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)Cuca, Celso Roth e Luxemburgo se destacam com
as trocas (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)

Golpe de sorte ou prova de competência? Quando um treinador faz uma mexida em sua equipe e essa mudança se transforma em resultado positivo, ele é tratado como responsável máximo pelo triunfo. O efeito inverso também cai sobre as costas do comandante quando a alteração faz com que uma vitória iminente vire derrota ou até mesmo um empate inesperado. Coincidência ou não, os três treinadores com mais substituições decisivas estão na parte alta da tabela do Campeonato Brasileiro de 2012.

Cuca, do líder Atlético-MG, e Vanderlei Luxemburgo, do terceiro colocado Grêmio, já pinçaram jogadores do banco que balançaram a rede em seis oportunidades cada na Série A deste ano. Quem mais colaborou com o treinador do Galo foi o meia Escudero. O Atlético-MG venceu nas três vezes em que o argentino deixou a reserva para anotar um gol. O mesmo acontece com o André Lima pelo lado do Tricolor gaúcho, que saiu vencedor nas três situações em que o atacante saiu da suplência para marcar um gol.

Afeito ao uso de muitos volantes, Celso Roth tem feito modificações que surtem efeito à frente do Cruzeiro. A Raposa venceu as duas partidas que fez neste segundo turno e em ambas teve a participação efetiva dos jogadores que estavam no banco. Wellington Paulista deixou a sua marca contra Atlético-GO (2 a 0) e Náutico (3 a 0). Elber também fez gol diante do Alvirrubro (veja no vídeo acima).

Pior ataque do Brasileirão com apenas 16 gols marcados, o Sport é o único clube que não se beneficiou de uma substituição para alterar o placar a seu favor. Nem Vágner Mancini - demitido após a 16ª rodada - nem Waldemar Lemos conseguiram dar um tiro certo ao mexer na equipe pernambucana.

Veja a lista dos técnicos que mais se deram bem nas substituições (gols):

Info Fizeram GOL - 2 (Foto: infoesporte)

A vez dos garçons

Apesar de nenhum jogador rubro-negro ter balançado a rede ao entrar durante uma partida, dois deles conseguiram garantir a assistência. Casos de Roberson, no empate (1 a 1) com o Corinthians (8ª rodada), e Willians, que deu passe açucarado para Marquinhos Gabriel fazer um dos gols da vitória (3 a 2) sobre o Coritiba, no Couto Pereira, pela sétima rodada. Nas duas oportunidades Vagner Mancini era o treinador.

No entanto, quem mais tem conseguido colocar garçons a disposição é Alexandre Gallo, do Náutico. O técnico acertou na mão cinco vezes. Apesar de os passes de Souza e Rhayner não terem surtido efeito na derrota para o Vasco (4 a 2, pela 3ª rodada), Breitner e Rogerinho foram fundamentais. Contra o Grêmio, o cruzamento de Breitner para Ronaldo Alves garantiu a vitória por 1 a 0. Diante do Figueirense, em uma virada incrível após estar perdendo por 2 a 0, Rogerinho entrou e deu duas assistências (veja no vídeo acima).

Celso Roth, Cuca e Vanderlei Luxemburgo também aparecem bem na lista, empatados com três alterações que deram resultado. Roth contou com Anselmo Ramon, Souza e Tinga para vencer Botafogo, Figueirense e Vasco, respectivamente. Cuca teve a ajuda de Serginho (duas vezes) e Carlos César e também triunfou. Pior para Náutico, Figueirense e Botafogo. Os dois últimos, aliás, sofreram novamente com as mudanças dos técnicos.

Apenas Vanderlei Luxemburgo não teve 100% de aproveitamento com as assistências. O passe de Rondinelly para o gol de Fernando não ajudou o Grêmio a estrear com vitória diante do Vasco, em São Januário. No entanto, Marquinhos colaborou na conquista dos três pontos contra Bahia e São Paulo. Sorte ou competência?

Veja a lista dos técnicos que mais se deram bem nas substituições (assistências):

Info deram ASSISTENCIA - 2 (Foto: infoesporte)



Corinthians acerta com Anderson Polga, que fará exames nesta quarta

anderson polga comemora gol do sporting sobre o lille (Foto: Reuters)Polga em ação pelo Sporting (Foto: Reuters)

O Corinthians segue reforçando o elenco: nesta quarta-feira, anunciou o acerto com o zagueiro Anderson Polga. O jogador só depende da aprovação nos exames médicos para assinar o contrato, mas já foi anunciado no site oficial do clube paulista. O acordo está firmado até 31 de dezembro de 2012.

Polga, de 33 anos, foi pentacampeão com a Seleção em 2002, no Mundial da Coreia e do Japão. Ele iniciou a carreira no Grêmio e conquistou a Copa do Brasil de 2001, além dos Campeonatos Gaúchos de 99 e 2001 pelo clube tricolor. Seu último time foi o Sporting, de Portugal.

No setor em que atua, o Timão já conta com Chicão, Paulo André e Wallace, além dos jovens Antônio Carlos e Felipe. O objetivo é contratar nomes para reforçar o elenco corintiano para o Mundial de Clubes, em dezembro.

Clique e assista a vídeos do Corinthians



Com Cássio na Seleção, Tite retoma revezamento de goleiros no Timão

Enquanto Cássio tentará ganhar espaço na seleção brasileira com Mano Menezes, Tite vai aproveitar para colocar em ação os outros dois goleiros do Corinthians. Danilo Fernandes será o titular contra o Figueirense, nesta quarta-feira, às 22h, em Florianópolis, mas Julio Cesar assumirá a vaga diante o Grêmio, sábado, às 21h, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro.

Danilo Fernandes Corinthians Julio Cesar Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)Julio Cesar e Danilo Fernandes, os reservas do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)

O treinador corintiano adotou o revezamento do reserva no ano passado para dar ritmo a quem não jogava constantemente. Com um titular escolhido, ele troca o suplente a cada rodada. Na ocasião, Julio Cesar era titular, com Danilo Fernandes e Renan alternando as convocações para os jogos.

Danilo, aliás, não inicia um confronto desde 10 de junho, data da derrota por 2 a 0 para o Grêmio, no estádio Olímpico, pelo Brasileirão. O Timão foi a campo com uma formação sem nenhum titular, já que estava prestes a iniciar as semifinais da Taça Libertadores, contra o Santos.

O jogador, de 24 anos, foi formado nas categorias de base, mas nunca teve grandes oportunidades para se firmar. Ele só disputou a primeira partida pelos profissionais no ano passado, quando Julio Cesar fraturou um dos dedos da mão esquerda e precisou passar por cirurgia. No total, são dez jogos com a camisa do Timão.

Já Julio Cesar tem de conviver com o banco depois de ser titular na campanha do título brasileiro em 2011. O goleiro, sempre questionado pela torcida, perdeu a posição para Cássio após falhar nas quartas de final do Paulistão, contra a Ponte Preta, e não conseguiu recuperar o espaço, principalmente pelas boas atuações do gigante.

Ele só voltou a jogar quando o novo titular foi preservado pela comissão técnica, dia 8 de julho, quando o Corinthians empatou por 1 a 1 diante do Sport, na Ilha do Retiro, quatro dias depois de o Timão levantar o título sul-americano. São 135 partidas pelo clube do Parque São Jorge.

No período fora da equipe e de turbulência com a torcida, Julio Cesar chegou a ser cotado para deixar o Corinthians. Sem a vaga de titular, o Timão abriu as portas para que fosse emprestado para a Portuguesa na negociação envolvendo o volante Guilherme, mas ele optou por permanecer.

Depois de servir a seleção brasileira nos amistosos contra África do Sul e China, Cássio voltará ao gol alvinegro no dia 12 de setembro, contra a Ponte Preta, em São Paulo. .

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Meu Jogo Inesquecível: frustração e festa para Mauricio de Sousa em 94

Mauricio de Souza caricatura cartoon (Foto: Marcio Nicolosi)Caricatura de Mauricio de Souza feita pelo
desenhista de sua equipe Marcio Nicolosi

Seus personagens enriqueceram o imaginário de uma infinidade de crianças que atualmente já são avós e tantas outras que hoje brincam na era da internet e das redes sociais. E foi na infância de seus filhos (dez ao todo) que Mauricio de Sousa buscou inspiração para criar a sua turma, ou melhor, a Turma da Mônica. Pois um deles, involuntariamente, fez uma peripécia que impediu o famoso pai de ver o momento mais importante da final da Copa do Mundo de 1994, entre Brasil e Itália, disputada no Rose Bowl, em Los Angeles (EUA): o momento em que Roberto Baggio desperdiçou a sua cobrança de pênalti e deu o quarto título mundial à seleção brasileira após 24 anos de espera.

- Fomos ao jogo, eu e minha família. A criançada era pequena, o caçula, Mauricio, era um crianção, e pedia colo de vez em quando. E pai é para isso mesmo. Subimos, aquela festa toda, a gente com a cara pintada de verde e amarrelo, com a camisa da Seleção. O jogo passa, aquele nervosismo todo, e vai para os pênaltis. Todo mundo muito nervoso, sem saber o que vai acontecer. Mas o Mauricio naquele momento teve sono, e tive de ficar sentado com ele no colo. Quando foi a vez de o Baggio cobrar o pênalti, o pessoal todo se levantou, e eu não aguentei me levantar com meu filho no colo e ver aquele chute que pôs tudo a perder para a Itália. O Mauricio era um cavalão de cinco para seis anos, e não pude ver. Fui lá para ver isso, a vitória do Brasil, e não vi. Acho que fui o único do estádio que não viu a cobrança errada - relembrou com ótimo humor o cartunista, por telefone, de seu estúdio em São Paulo.

Ele já havia ido às Copas de 86, no México, e de 90, na Itália, sempre com alguém da família e com a frustração de não ver o Brasil ser campeão. Rindo enquanto relatava o que havia ocorrido naquele 17 de julho de 1994, o artista revelou o principal motivo que o fez se inspirar em Mauricio Takeda Sousa, seu filho mais novo, para criar o personagem Do Contra:

- Acontece, o Mauricinho sempre foi do contra. Depois saímos para festejar. Este foi o jogo que mais me marcou, e não vi o Brasil ganhar. Logo eu, que vivo de olhar e desenhar as coisas que vejo.

Baggio, Itália x Brasil, Copa de 1994 (Foto: Agência AFP)Baggio desolado após perder o pênalti que decidiu o título mundial de 94. Ao fundo, jogadores brasileiros comemoram a conquista. Mauricio de Souza não viu a cobrança, mas vibrou no estádio (Foto: Agência AFP)

Apesar daquela conquista histórica, a equipe de 94 não inspirou o cartunista, hoje com 76 anos, a criar nenhum personagem. No entanto, a relação dele com o futebol é bem conhecida. Antes da Copa dos Estados Unidos, já havia nascido Pelezinho, que voltou a ter sua revista publicada em 2012 após 30 anos, e depois vieram Ronaldinho Gaúcho - que "é um sucesso mundial, já saiu em 32 idiomas, e continua saindo" -, Neymar e as 20 ilustrações do álbum de figurinhas do Campeonato Brasileiro. Porém, o que poucos sabem é que essa ligação profissional com o futebol começou nos anos iniciais de sua carreira.

- Os primeiros desenhos que publiquei foram num jornal esportivo de Mogi das Cruzes (SP). Eu criei os símbolos de todos os clubes da região: Vila Santista, São João, Botujuru, Jundiapeba e XV de Novembro. Aliás, o Chico Bento (um de seus personagens) torce pro Nhô Quim, o XV de Piracicaba.

mauricio de souza quadrinhos neymar santos (Foto: Reprodução Twitter)Mauricio, à direita, com Neymar, para quem também
criou um personagem (Foto: Reprodução Twitter)

Mauricio gosta tanto de futebol que promete fazer crescer a turma dos boleiros em seus desenhos ("Estou montando o meu time, quando chegar aos 11, vou montar um álbum") e já aponta um jovem promissor para entrar no seu seleto grupo:

- Esse menino do Corinthians, o Romarinho, tem um jeitinho de que vai dar certo. E pode fazer parte da minha seleção dos craques pintados.

No entanto, esse time já poderia estar maior, com Dieguito (Maradona), que já tinha toda a sua turma criada, e Ronaldo Fenômeno:

- Em 86, fui à concentração da seleção argentina, pouco antes da Copa. "Invadi", era superfechada, mas o Maradona mandou que eu entrasse. Infelizmente não deu certo, era um projeto lindíssimo, maravilhoso. Depois ia fazer o do Ronaldo, mas o contrato com o Real Madrid impedia.

Torcedor do São Paulo, mas ultimamente mais ligado ao Corinthians

Mônica São Paulo, caricatura, cartoon, Ilustração (Foto: Mauricio de Souza)Mônica torce para o São Paulo. Magali é santista,
Cascão, corintiano e Cebolinha, palmeirense
(Ilustração: Mauricio de Sousa)

O time do coração de Mauricio de Sousa é o São Paulo, mas ultimamente ele tem ido muito mais aos jogos do Corinthians:

- Nasci numa família são-paulina, mas nenhum dos meus filhos é são-paulino. Tem uma palmeirense e dois corintianos roxos, que choram e tudo mais. Eles sempre me pedem para levar ao estádio, assisto ao jogo no lado do Corinthians, porque não quero ver meu filho sofrer, mas estou gostando de ir de novo aos estádios. Fiquei muitos anos sem ir. Sempre levava a criançada.

Durante a entrevista, Mauricio demonstrou estar com saudades do Tricolor do Morumbi, mas não deixa de elogiar o Alvinegro do Parque São Jorge:

- Estou devendo uma visita ao São Paulo, eles (os filhos) estão me desviando. Tenho vontade de voltar ao São Paulo, fazer um acordo com eles também. Mas clube inflamado efetivamente é o Corinthians. Fui a quase todos os últimos jogos, e o Corinthians ganhou todos. Agora meu filho diz que eu não posso deixar de ir. No último, eu disse que não podia, aí ele falou: "Me dá uma peça de sua roupa, então (tem de 13 para 14 anos)". Então, quando não vou, ele vai com amigos meus. O meu médico cardiologista, que é corintiano, também vai, mas não sei se vai para ver o jogo ou para observar as minhas emoções.

Cebolinha Palmeiras (Foto: Divulgação)Cebolinha comemora o título da Copa do Brasil
deste ano (Foto: Divulgação)

Os primeiros ídolos naturalmente jogavam no seu São Paulo, mas depois foram se ampliando:

- O primeiro ídolo, eu ainda era um garotão, foi o Poy (goleiro argentino das décadas de 40 a início de 60 e depois treinador do próprio São Paulo, Portuguesa e XV de Jaú). Do Noronha (lateral-esquerdo e zagueiro que atuou nas décadas de 40 e 50 também no Grêmio, Vasco e na Portuguesa), eu também gostava. E outro que não era tanto do meu tempo, mas que eu admirava, era o Domingos da Guia (zagueiro que jogou nas décadas de 30 e 40 por Bangu, Vasco, Nacional-URU, Boca Juniors-ARG, Flamengo, onde se destacou mais, e Corinthians). E teve também o Mauro (Ramos, zagueiro bicampeão mundial pela Seleção em 1958 e 62 e que atuou no Santos e no São Paulo). Depois os que vieram. Assisti a jogos do Garrincha e do Pelé. Inclusive no último jogo dele, no Cosmos, ele me deu uma colher. Acabei criando o Pelezinho (em 1977), já estávamos conversando. Sempre fomos muito ligados em diversos momentos.

Porém, é a infância o assunto predileto do cartunista, que nasceu em Santa Isabel (SP), mas foi criado na vizinha Mogi das Cruzes (SP). Foi lá que começou a se apaixonar pelo futebol, mas conta que não era tão bom de bola. Fominha, sim.

- Eu tinha um campinho de estimação na casa de minha avó. A gente chamava o campo de Esmaga Sapo, imagina por quê? (risos) A casa ficava perto do ribeirão, então o gramado vivia cheio de sapos e rãs, volta e meia escorregava num. Depois teve o timinho na minha rua, e na rua de baixo, onde tinham uns moleques mais velhos dois, três anos que nós. Quando eles chegavam, nos entocavam do campo. Eu era menor, mas acabei com aquilo. Eu disse: "Não vamos sair mais, vamos jogar contra, sem brigar". Mas nunca apanhamos tanto. Era pontapé para tudo quanto é lado. Um jogo livre. Pareciam aquelas disputas em arenas romanas. Eu ficava com a perna toda roxa. Nunca fui bom jogador de futebol, mas sempre fui de correr muito, fiz atletismo, eu corria bastante, era um bom atleta. Organizei um futebol muitos anos depois aqui já no estúdio, eram os sábados de futebol. Mas aí eu ia para o gol e conseguia bons resultados. Acho que era porque o pessoal tinha receio de dar chutão em cima, de me machucar, afinal eram funcionários - revelou.

BRASIL 0 (3) X 0 (2) ITÁLIA
Taffarel; Jorginho (Cafu), Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho (Viola); Bebeto e Romário. Pagliuca; Mussi (Apolloni), Baresi, Maldini e Benarrivo; Berti, Dino Baggio (Evani), Albertini e Donadoni; Roberto Baggio e Massaro.
Técnico: Carlos Alberto Parreira. Técnico: Arrigo Sacchi.
Decisão nos pênaltis: Brasil 3 (Dunga, Branco e Romário) x Itália 2 (Albertini e Evani).
Árbitro: Sandor Puhl (HUN), auxiliado por Venancio Zarate (PAR) e Davoud Fanaei (IRA).
Cartões Amarelos: Mazinho e Cafu (BRA); Apolloni e Albertini (ITA).
Local: Rose Bowl Stadium, em los Angeles (EUA). Data: 17/7/1994. Competição: Copa do Mundo. Público: 94.194.


Cartões providenciais viram moda no Brasileirão; STJD diz que é difícil punir

Como mercado mais forte da América do Sul, o Brasil tem em seus times 11 jogadores convocados atualmente em terras vizinhas, isso sem contar os da própria Seleção. O alto número de atletas selecionáveis expôs uma situação que vem chamando a atenção no Campeonato Brasileiro: suspensos pelo terceiro cartão amarelo, muitos acabam cumprindo a pena no período em que defendem seus países, e obrigatoriamente não poderiam jogar por seus clubes. A “manobra”, premeditada ou acidental, não fere a regra da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas pode ser enquadrada como atitude antidesportiva e levada aos tribunais pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Réver (Atlético-MG), Lucas (São Paulo), Leandro Damião (Internacional), Guiñazu (Internacional) e Marcos González (Flamengo) (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)Réver, Lucas, González, Damião e Guiñazu cumprem suspensão por suas seleções (Foto: Editoria de Arte)

Dos 20 jogadores em atividade no país chamados na última convocação – para as eliminatórias da Copa do Mundo e amistosos entre os dias 7 e 11 de setembro –, cinco vão cumprir suspensão pelo Brasileiro enquanto defendem suas seleções: os brasileiros Réver (Atlético-MG), Lucas (São Paulo) e Leandro Damião (Internacional), além do argentino Guiñazu (Internacional) e do chileno Marcos González (Flamengo). A situação é nova, mas não inédita. Em agosto de 2011, já havia acontecido isso com Ralf, do Corinthians.

No mês passado, o assunto voltou à tona quando Paulinho (Corinthians), Marcelo Moreno (Grêmio) e Marcos González (Flamengo, veja o lance no vídeo ao lado) receberam o terceiro amarelo na 16ª rodada, antes de se apresentarem a suas seleções, e criaram dúvidas nos clubes para quando voltassem. A CBF precisou esclarecer que os atletas cumpririam a pena mesmo longe do Brasil, e poderiam jogar ao retornarem, conforme previsto no artigo 365 da resolução da presidência 01/91.

O caso, no entanto, chama a atenção da Justiça Desportiva, que tenta inibir que clubes e jogadores se aproveitem da manobra para forçar um cartão. Casos como de Paulinho, que recebeu o terceiro amarelo ao tirar a camisa para comemorar o gol de Romarinho, na vitória do Corinthians por 2 a 1 sobre o Coritiba, no dia 12 de agosto, levantou suspeitas. Segundo o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, dependendo da forma da infração, o atleta pode ser levado aos tribunais pelo artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), com suspensão de uma a seis partidas.

- Se tiver prova cabal de que forçou o cartão amarelo, pode ser enquadrado como atitude antidesportiva. A dificuldade é provar que os atletas forçam o recebimento de cartão amarelo ou vermelho, usando de formas deliberadas para manipular o cumprimento do impedimento automático. O futebol é esporte de contato, tem faltas mais duras, menos duras... - explicou.

Art. 365 - CBF:
O atleta que estiver suspenso em sua associação, por efeito destas normas, se for convocado para integrar Seleção da Federação Internacional de Futebol, da Confederação Sul-americana, da Confederação Brasileira de Futebol, de federação ou de ligas, voltará a adquirir condição de jogo se sua associação, no período de convocação, disputar partida oficial de campeonato ou torneio.

Da outra ponta da corda, os clubes se protegem. O Internacional, por exemplo, que tem Guiñazu e Leandro Damião suspensos na 22ª rodada, defende seus jogadores. Luciano Davi, vice de futebol do Colorado, admite que a situação é benéfica ao time, mas descarta que a ação foi premeditada.

- Pensado não foi, sob hipótese alguma. Mas que nos ajudou nesse sentido, ajudou, senão eles ficariam três jogos fora do time. Não vejo problema algum com isso, até porque não fere a regra. O Inter vinha de uma sequência de quatro jogos sem vencer, foram três derrotas e um empate, e precisava de uma melhora no campeonato. Por isso a raça dos jogadores aflorou nesse jogo contra o Flamengo - justificou.

Para Davi, pelos altos investimentos feitos, os clubes saem prejudicados com a continuação do Campeonato Brasileiro durante as datas-FIFA. Além de Guiñazu e Damião, o Inter também tem o desfalque de Forlán, convocado para a seleção uruguaia.

- Por toda relação custo-benefício, sai um preço muito mais caro para nós, acaba não conseguindo dar retorno em funções das convocações. Só o Damião, por exemplo, vai ficar aproximadamente 12 partidas fora do time. Se os jogadores forem para todas as partidas, ficam ausentes por muito tempo. Fora que a CBF não paga salário (para os convocados).

Art. 258 - CBJD:

Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código

O desejo dos clubes, de parar as competições nacionais nas datas FIFA, não deve acontecer por causa do apertado calendário brasileiro, que não permite remanejar muitas datas. O ex-árbitro e comentarista da TV Globo Arnaldo Cézar Coelho também não vê mudanças no regulamento como possível solução. Para ele, esses tipos de situações competem só à Justiça Desportiva.

- Em alguns países, quando se constata que um atleta forçou para ser suspenso, ele é punido. Jogadores que fazem isso são espertos, e isso não cabe no futebol. Na UEFA (União das Federações Europeias de Futebol), a punição é rigorosa. Cabe aos procuradores tomar medidas disciplinares. A solução é querer ser sério e não empurrar a sujeira para debaixo do tapete - criticou.

Para ajudar os tribunais, Arnaldo diz que os árbitros podem perceber atitudes forçadas em campo e serem convocados para depor em julgamentos.

- Às vezes, sim (pode perceber a intenção do jogador em ser punido), retardando o jogo várias vezes, agarrando o adversário faltando três minutos para acabar o jogo... Se o procurador pedir, o juiz é convocado e faz o depoimento dele. O procurador pede a fita (da partida), vai olhar e pronto, vai ver essas coincidências (de suspensões antes de se apresentarem às seleções).

Caso Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves foi o primeiro a ser julgado

O procurador Paulo Schmitt já levou um caso de cartão intencional aos tribunais no ano passado. Em julho de 2011, Thiago Neves revelou que ele e Ronaldinho Gaúcho, até então no Flamengo, forçaram o terceiro amarelo contra o Palmeiras para não enfrentarem o Ceará, visando uma sequência de jogos teoricamente mais difíceis (veja ao lado os lances que resultaram no amarelo a Ronaldinho).

- Foi bem pensado. Tinha conversado com o Ronaldo que seria melhor ficar fora, para enfrentar os outros times que são confrontos diretos. Com todo o respeito ao Ceará, mas os outros vão brigar pelo título. Jogo certo para ficar fora - declarou o meia na época, dias antes do empate por 1 a 1.

Porém, Schmitt não conseguiu que os jogadores fossem punidos no julgamento. Agora, ele espera que o debate volte à tona para evitar que usem “a regra entre aspas”.

- Foi o primeiro (caso em julgamento). Tinha uma entrevista, que não era audiovisual, e sim de internet, em que o jogador admitia que forçou o cartão. Mas no tribunal isso foi desmentido, não houve prova robusta e dificultou provar que o atleta forçou o cartão. Eram coisas que se discutiam na época, se essa infração disciplinar usa a regra entre aspas, de cumprir a suspensão quando bem entendesse. Agora, com novos membros no tribunal, quem sabe esse debate possa voltar.



Zizao é relacionado para a partida contra o Figueirense

Após o treino desta terça, no CT Joaquim Grava, o técnico Tite relacionou 20 jogadores do Corinthians para a partida contra o Figueirense, nesta quarta-feira, às 22h, em Florianópolis, pelo Campeonato Brasileiro. Com muitos desfalques, o treinador foi obrigado a recorrer a atletas pouco aproveitados. Entre eles, o meia-atacante Zizao.

O chinês havia sido convocado pelo treinador pela última vez no dia 19 de agosto, data da derrota por 3 a 2 para o Santos, na Vila Belmiro. Ele, porém, foi cortado e não ficou no banco de reservas. A tendência é que o mesmo aconteça em Santa Catarina.

Zizao foi levado para duas partidas oficiais desde que foi contratado, em março. A primeira, na última rodada da primeira fase do Paulistão, diante da Ponte Preta, em Campinas. Já a segunda aconteceu frente ao Internacional, no Pacaembu, pelo primeiro turno do Brasileirão. Em ambas não entrou por opção do treinador.

Pouco aproveitado até o momento, Adilson deve ficar com a vaga de suplente para a dupla titular, formada por Martinez e Romarinho. Guerrero, convocado para a seleção peruana, Emerson, suspenso, e Jorge Henrique, em recuperação por causa de uma lesão na coxa direita, estão fora.

Quem também espera por uma vaga no banco é o meia Chiquinho, contratado do Ipatinga-MG no mês passado. O jogador esteve na lista de convocados para enfrentar o Atlético-MG, mas também foi cortado.



Preview: Figueirense x Corinthians

Sem vários titulares, o Corinthians recebe o Figueirense nesta quarta-feira, às 22h, no Estádio Orlando Scarpelli, em jogo válido pela 22º rodada do Campeonato Brasileiro.

Com 28 pontos, o Timão ocupa a nona colocação e já começa a pensar no Mundial de Clubes. Já o clube catarinense, com 15, precisa começar a reagir para sair da lanterna da competição.

  ESCALAÇÕES PROVÁVEIS

FIGUEIRENSE

Wilson
Elsinho, J. Paulo, Edson, Hélder
Jackson, Túlio, Ronny, Claudinei
Caio, Aloísio


CORINTHIANS


D. Fernandes
G. Andrade, Chicão, Wallace, F. Santos
Ralf, Guilherme
, Edenílson, Douglas
Martínez, Romarinho




Com uma tendinite na coxa esquerda, Fernandes foi vetado pelo departamento médico. Dessa forma, o técnico Márcio Goiano deverá dar nova chance ao meia Ronny na equipe titular.

Do outro lado, o técnico Tite tem diversos problemas para escalar o Corinthians. Com o goleiro Cássio na Seleção Brasileira, Danilo Fernandes será o titular. Na defesa, Alessandro e Paulo André, poupados, serão substituídos por Guilherme Andrade e Wallace, respectivamente.

Também servindo à Seleção, Paulinho dará lugar a Guilherme. Na armação das jogadas, Edenílson atuará no lugar de Danilo, cansado. O ataque será formado por Martínez, que substitui o suspenso Emerson, e Romarinho. Guerrero e Ramírez, na seleção peruana, e Jorge Henrique, machucado, são os outros desfalques.

  COBERTURA EM TEMPO REAL

Aqui em Goal.com, você acompanha todos os detalhes do confronto válido pela 22º rodada do Campeonato Brasileiro. Fique ligado a partir das 22h para acompanhar nossa cobertura em tempo real!



Tite define equipe que enfrentará o Figueirense

O treinador do Corinthians, Tite, definiu a equipe que enfrentará o Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro, nesta quarta-feira, às 22h, no Estádio Orlando Scarpelli. A lista foi divulgada com vinte jogadores e as únicas novidades foram as escalações do chinês Zizao e do meia Chiquinho.

Zizao completou seis meses no Timão e ainda não havia estreado em campo. Depois da contratação, a primeira possibilidade do jogador defender o Continthians foi no dia 19 de agosto, diante do Santos, mas ele acabou sendo vetado por Tite.

Ao contrário de Zizao, Chiquinho é recém-contratado e também pode fazer a sua estreia diante do Figueira.

Assim, o Timão entra em campo com a seguinte formação: Danilo Fernandes e Julio Cesar (goleiros); Fábio Santos, Guilherme Andrade e Welder (laterais); Chicão, Wallace, Felipe e Antonio Carlos (zagueiros); Ralf, Guilherme, Edenílson e Willian Arão (volantes); Douglas, Giovanni e Chiquinho (meias); Martínez, Romarinho, Adilson e Zizao (atacantes). As informações são do Lancenet.