sábado, 7 de julho de 2012

Leandro Castán dá adeus: 'Não tem como jogar aqui e não amar o Corinthians'

LANCEPRESS!
Publicada em 06/07/2012 às 19:37
São Paulo (SP)

A camisa 4 do Corinthians, novamente, está vaga. Após a aposentadoria de Willian Capita, com o término da temporada de 2010, ela acabou sendo herdada por Leandro Castán, até então um desconhecido da Fiel. Campeão brasileiro de 2011 e do título inédido da Copa Libertadores, o zagueiro se despediu nesta sexta-feira, já que na próxima semana seguirá para a Itália, onde vai atuar pela Roma (ITA).

Ao lado de seu inquieto filho Matheus - que até ganhou uma bolacha para ficar mais calmo -, o zagueiro deu entrevista coletiva e falou sobre sua identificação com o clube que defendeu por 110 partidas.

Castán: quando você joga no Corinthians, você vira corintiano

- Quando você joga no Corinthians, vira corintiano. Não tem como jogar aqui e não amar o clube. No Pacaembu a torcida canta 90 minutos, nas situações difíceis a torcida apoia. Você vira coritiano, minha família toda é corintiana. Vamos todos torcer para o clube ser campeão mundial. Essa equipe merece, vou estar na torcida, estou até vendo com meu pai para a gente ver esse jogo, quero estar na arquibancada. Vai ser campeão do mundo e vou estar com gostinho especial - disse ele.

Enquanto os reservas treinavam no CT, o jogador se despedia de alguns atletas e autografafa algumas camisas dos companheiros. Na terça-feira, Castán voltará ao CT para retirar seus pertences e dar o último adeus aos jogadores que, com ele, foram campeões da Libertadores.

CONFIRA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA

VENDIDO, MAS CONCENTRADO NAS FINAIS

Realmente eu sabia já, não antes da final, mas há algum tempo, que tinha grandes chances de sair para a Roma. Meu pai que cuidou de toda essa parte. Mas o pensamento era ser campeão da Libertadores, se quisesse sair eu tinha saído antes. Mas decidi disputar até o final porque era um sonho ganhar a Libertadores. A diretoria deu todo suporte e sabiam que depois seria difícil de eu continuar. Veio em bom momento, às vezes se tem oportunidades que a gente não pode deixar passar.

AGRADECIMENTOS

Queria agradecer a todo mundo, todo pessoal que trabalhou comigo, desde segurança, porteiro ao presidente. Seria injusto falar o nome de cada um porque esqueceria alguém, mas em especial ao Tite. Um cara fundamental na minha carreira. Ele que me revelou e me subiu aos 18 anos (no Atlético-MG) e que no Corinthians confiou em mim. Fico feliz de ter participado da carreira dele com esse título, sou feliz e grato a todos. Deixo um abraço a todos, fiz muitos amigos, é um momento difícil o de ir, mas a vida segue.

SEDUÇÃO EUROPEIA

Em primeiro lugar a parte financeira. Jogador de futebol tem a carreira curta. Hoje querem que eu fique, mas daqui a seis ou sete anos não consigo mais correr e vão querer que eu saia rapidinho. É para dar uma vida melhor para o meu filho e família. E pelo sonho de jogar na Europa. Eu não queria sair, com todo respeito a quem vai, mas para Rússia ou mercados intermediários, em que se ganha até mais dinheiro, mas fica esquecido. Não teve como recusar. O Corinthians tem 100% do meu passe, acho que foi bom para todos. E não tenho passaporte italiano, eles estão apostando em mim como um dos estrangeiros. Não sei quando teria essa oportunidade de novo. Mas saio de cabeça erguida e com sentimento de dever cumprido.

SEU SUBSTITUTO

O clube tem muita gente boa, vejo a qualidade nos treinos. Mas se precisar de outro Castán, meu irmão está ai (Luciano), jogando, eu sempre digo que é melhor do que eu, está aí no mercado (risos)

HISTÓRICO DE ZAGUEIROS BRASILEIROS NA ROMA

É um clube que está preparado para receber brasileiros, hoje tem brasileiros, e toda essa situação realmente anima bastante. Além de Aldair e Juan, teve o Antônio Carlos também, que fez história na Seleção. Estou indo para a minha carreira deslanchar mais ainda. Aqui minha carreira fico consolidada, agora é trabalhar, é um novo desafio. Falava para o meu pai quando cheguei ao Corinthians que quando tivesse uma chance de jogar, não sairia mais. Falo a mesma coisa: se tiver oportunidade na Seleção, farei de tudo para não sair mais.

Castán da tchau ao Corinthians e fala o motivo de ir para o Roma

A PIOR MEMÓRIA

Foi contra o Tolima. tinha acabado de assumir a posição de titular. Uma pré-Libertadores, com poucos dias de treino, e ali fiquei muito preocupado. A gente não sabia o que ia acontecer. Mas ali vi a grandeza do clube e do treiandor, que não fizeram caça às bruxas. Voltamos bem no Paulista, fomos vice. Mas foi um momento difícil.

A MELHOR MEMÓRIA

Minha partida inesquecível foi a última. Quando o Sheik fez 2 a 0, o Fábio Santos, que estava comigo no Tolima, me abracou e choramos juntos. Era um sonho que tínhamos vencer a Libertadores. Saio com a missão cumprida e vou estar torcendo. Esse jogo está marcado na história da minha vida, quando fizer 70 anos vou pegar meu neto e falar que fui campeão da Libertadores contra o Boca Juniors.