quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sheik recusa rótulo de herói do Timão e proposta chinesa: 'Sou mais um do bando'

LANCEPRESS!
Publicada em 05/07/2012 às 19:20
São Paulo (SP)

Malandro, maloqueiro, raçudo, do povo. Ingredientes que tornaram Emerson Sheik o herói ideal para o Corinthians superar sua maior pedra no sapato: a Copa Santander Libertadores.

Um dia depois da vitória por 2 a 0 contra o Boca Juniors, que deu o primeiro título da competição para o Timão, o autor dos dois gols da noite refutou o rótulo de herói:

Sheik diz não ser iluminado e destaca preleção de Tite


- Não pretendo e nem quero de ser lembrado como herói. Seria uma falta de respeito com meus 35 amigos, que chegam e treinam no mesmo pensamento, com os funcionários do clube que vocês não conhecem, mas que são maravilhosos. Com a comissão técnica, diretores, patrocinadores. São muitas pessoas envolvidas e divido com todo mundo isso...

Oras, mas se Sheik não é o herói corintiano, o que ele é?

- Mais um do bando...

"Louco", aliás, por recusar propostas milionárias - devem pensar algumas pessoas. No ano passado, recusou proposta do mundo árabe para voltar ao continente que lhe rendeu o apelido de "Sheik." Agora, esnoba proposta da China:

- Estive com o meu empresário hoje e parece que é real. Mas não tenho a menor vontade de deixar o Corinthians hoje. Por mim, não aceito - garantiu.

Confira os principais trechos da entrevista do camisa 11 do Timão.

A NOITE

Fui para o Anhembi e fiquei lá por 20 minutos. Mas terminei a noite na cama com meus filhos.

A CONFIANÇA ANTES DA FINAL

São coisas que a gente não pode falar antes, porque se der tudo errado, dá tudo errado. Mas fui dormir pensando, senti isso antes da partida, só que não imaginei que fossem dois gols (risos).

DESABAFO SOBRE O FLUMINENSE

Tenho muito carinho pelo Fluminense e por seu torcedor. A minha volta foi para eles, que me abriram as portas, ao presidente, ao patrocinador. Não tenho mágoa com a torcida ou com o clube. Foi uma pessoa que interpretou uma brincadeira da maneira errada e me jogou contra os torcedores do Fluminense, manchando a história bonita, o trabalho, a amizade e a conquista. Isso me deixou triste, mas não com a instituição.

ILUMINADO

Não sei se sou iluminado, trabalho para caramba. Ao contrário do que vocês pensam, eu chego cedo. Às vezes me atraso e chego mesmo de helicóptero. Mas acredito em merecimento, não em sorte.

DUELO COM CARUZO

A ideia era que fosse um duelo leal e honesto, mas por duas vezes ele me cuspiu. Pensei: "Como vou matar esse cara?" Não podia dar um soco, então fiz prová-lo do mesmo veneno, provoquei ele.

MORDIDA EM CARUZO

Não teve nada a ver com a Cuta (sua macaca). Ele estava me machucando com o braço no rosto. Quer respeito, dá respeito. Se tem violência vai ter violência. Eu só falava para ele: "Boludo", que é uma palavra bonita (risos).

PIADAS DOS RIVAIS

Não tive muitos contatos, ando pouco nas ruas. Essas brincadeiras são mais com a torcida, não cabe ao atleta entrar nisso. Nunca comentamos que nos incomodava. Pelo contrário, tinha algumas que eu até achava engraçadinhas (risos).

IMAGEM RUIM

Sempre falei que não sou santo. Não tem ninguém santo aqui, tem? Não tem mesmo. Mas assim como vocês fiz muita coisa boa também. Deus conhece o coração de cada um. Sei muito bem do meu caráter, sei do bem que faço a mtuia gente. Nunca tirei nada de ninguém, nunca roubei e nem matei. Não preciso provar nada para ninguém.

MALOQUEIRO?

Não sei se é bom. É alguma coisa de ruim, uma expressão, como maladrão. Sou muito educado também e maloqueiro não é tao educado. Sei ser maloqueiro na hora certa e educado também. Me indetifiquei muito com essa galera. É emocionante ver o Pacaembu lotado. É legal ver a torcida cantar uma musica para mim, não sei se mereço. Tanto cara fera passou lá e eu tenho uma música. Tem algo bom para isso. É uma torcida que cobra, e estou agradando.