O zagueiro Paulo André encontrou uma maneira inteligente de reaproveitar objetos utilizados por ele na conquista do Mundial de Clubes do Corinthians, em dezembro do ano passado. O par de chuteiras que o camisa 13 calçou nas partidas contra o Al Ahly e o Chelsea foi dividido: uma delas para o defensor e será sorteada, enquanto a outra se tornou parte de um quadro, que será leiloado em prol de instituições de caridade. Ele fez o mesmo com os calçados dos companheiros, criando uma espécie de coleção, em projeto batizado como "Memórias de Yokohama".
Apreciador de leitura e bastante ligado às artes, Paulo André dedica boa parte de suas horas livres à pintura. Em janeiro, o trabalho se intensificou. Até mesmo o técnico Tite fez parte: sem chuteiras a serem doadas, o comandante colaborou com um apito utilizado nos treinos no Japão, além de um terço que o acompanhou na viagem e a prancheta onde desenhou o esquema tático adotado na grande final.
– Muito legal. Muito legal mesmo. Um gesto muito grande – avaliou o treinador.
Todo o elenco aprovou a ideia de Paulo André (assista ao teaser ao lado). O goleiro Cássio, por exemplo, doou uma das luvas, reservando para si a equivalente à mão direita, com a qual praticou a defesa considerada mais difícil ao longo da vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea: um chute de Moses, colocado, da entrada da área, cujo gol foi evitado com uma intervenção de mão trocada. A impressão dos jogadores ao se depararem com as obras prontas, no CT Joaquim Grava, foi unânime: um misto de surpresa e satisfação.
– Esse homem é um artista mesmo – exclamou Alessandro, impressionado.
– O Paulo sempre tem umas ideias diferentes. Ele já tinha feito o quadro com as bolas – disse Fábio Santos, relembrando uma peça produzida pelo zagueiro após o título brasileiro de 2011.
O leilão promovido por Paulo André será para convidados e para os próprios jogadores. Autor do gol do título, Paolo Guerrero ficou com uma das chuteiras, mas prometeu arrematar também a outra, já estilizada no quadro, para de dar de presente à mãe. Melhor para as instituições de caridade.
