domingo, 9 de dezembro de 2012

Tradutor reencontra Sheik no Japão e relembra trabalho por um dia

Felipe Bolguese e Rodrigo Vessoni - 08/12/2012 - 21:40 Enviados especiais a Nagoya (JAP)

Tradutor Emerson Sheik (Foto: Felipe Bolguese)
Atualmente, Marcio é tradutor do Nagoya Grampus-JAP (Foto: Felipe Bolguese)

Durante o Mundial de Clubes da Fifa, Marcio Masato Abematsu pôde voltar à sua rotina de sete anos atrás: facilitar a comunicação de Emerson Sheik no Japão e levá-lo às compras pelo país.

Marcio, 30 anos, hoje é tradutor do Nagoya Grampus, principal time de Nagoya, cidade em que o Corinthians está hospedado. O brasileiro trabalhou com Sheik entre 2003 e 2005 quando o atacante defendia o Urawa Reds (JAP). O que o marcou foi a admiração do povo japonês pelo jogador.

- O estádio inteiro começava a gritar "Eme". Ele era como um Deus do time mesmo - lembrou ao LANCE!Net.

Assim que soube que o atacante do Timão estaria na cidade, o tradutor entrou e contato e fez questão de visitá-lo. De quebra, ele aproveitou para acompanhá-lo na coletiva oficial da Fifa na última sexta-feira, já que alguns repórteres japoneses estavam presentes. Logo depois, levou o jogador em seu carro às compras em um shopping da cidade.

- Eu não sentia que trabalhava, eu ficava como amigo. Por mim, eu fazia as coisas como amigo, não pensando que era um trabalho - disse.

Poder participar, de alguma forma, do Mundial o deixou emocionado. Principalmente porque ele é corintiano. Com orgulho, exibe o símbolo do clube no fundo de tela de seu celular.

- Para mim é uma maravilha, nem acredito! Um parceiro jogando pelo time que eu torço, é uma maravilha, não dá nem para falar direito - vibrou.

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A presença no jogo da semifinal, no dia 12, me Toyota, já está garantida. Na final - ou decisão do terceiro lugar -, no dia 16, compromissos com o Nagoya Grampus o impedirão de estar presente em Yokohama.

Sua vida no Japão já dura mais de 21 anos. Começou aos oito, quando ele veio passar férias com os pais, que começaram a trabalhar na cidade. Então, o que era para ser um mês acabou virando décadas.

Marcio entrou para o mundo do futebol no fim de 2002, trabalhando como tradutor do ex-atacante Edmundo, que chegou a jogar pelo Tokyo Verdy, em 2001 e 2002, e pelo Urawa Reds, em 2003. Logo que o Animal voltou para o Brasil, Sheik o contratou.

Sheik fez sucesso com a camisa do Urawa Reds (Foto: Arquivo pessoal)

O tradutor teve contato com o craque alvinegro pela segunda vez no ano. Em janeiro, de férias no Brasil, recebeu um convite para conhecer o CT Joaquim Grava. Naquela época, nem imaginava que o veria novamente. Depois que o Timão venceu a Libertadores e classificou para o Mundial, a expectativa aumentou. Até mesmo de torcedores do Urawa Reds, clube onde Sheik foi ídolo.

- O líder da torcida do Urawa me ligou logo que o Corinthians foi campeão. Ele falou que o Emerson ia voltar, que ele iria para ver o Mundial. Vários estarão lá torcendo por ele. O pessoal queria muito vê-lo, talvez tentem em Yokohama, que é mais perto de Tóquio.

- Vai ser igual a Libertadores. Quem vai decidir vai ser o Emerson. Ele vai fazer o gol do título. Ele tem estrela, sempre faz gols do título - completou.