domingo, 9 de dezembro de 2012

Imperador no Japão, Sheik está em casa: 'Gostavam de mim. Tenho sorte'

Felipe Bolguese - 09/12/2012 - 12:00 Enviado especial a Nagoya (JAP)

Emerson Sheik Japão (Foto: Arquivo pessoal)
Emerson Sheik começou no Japão pelo Consadole Sapporo (Foto: Arquivo pessoal)

Emerson virou Sheik no Qatar, onde atuou no Al Sadd (2005/07 e 08/09) e no Al-Ain (2009/10). Mas, antes, seu apelido era outro: Imperador. Com passagens pelo Consadole Sapporo (2000), Kawasaki Frontale (2001) e Urawa Reds (2001/05) no início da carreira, virou estrela no país ao brilhar nos Reds, quando foi eleito o melhor jogador da J-League, o Campeonato Japonês. A maioria dos torcedores o reverenciava se curvando, gesto que o povo fazia ao Imperador.

- Quando ainda era nosso adversário, no Sapporo, ele era odiado. Quando se converteu para os Reds, virou o dono do time. “Eme” logo virou ídolo, especialmente para as crianças. Não imaginava que poderíamos vê-lo de perto de novo. Vai ser ótimo e torcerei pelo Timão. Queria ter ganho o campeonato japonês para fazer um duelo contra vocês brasileiros. Assim como o Corinthians no Brasil, somos os maiores do Japão. Seria histórico! - conta Maki Takahashi, torcedor do Urawa Reds que mora na cidade de Saitama (JAP).

INFOGRÁFICO:
As curiosas histórias de Emerson Sheik no Japão

No país, conquistou três títulos: a Segunda Divisão do Japonês, pelo Consadole (2000), além da Copa do Japão (2004) e Copa do Imperador (2005) pelo Reds. Uma época inesquecível para o jogador, que já se encontrou com seu antigo tradutor em Nagoya.

- Foram quase seis anos morando no Japão. Deixei muitos amigos. Eles têm uma cultura que o pessoal vai adorar,
é fantástica, além do povo maravilhoso, educado. Vai ser um momento muito especial voltar para o lugar onde eu praticamente iniciei a minha carreira. Vai ser um grande prazer O pessoal gostava de mim, tenho essa sorte (risos) - comentou.

De acordo com seu irmão, Claudio Passos de Albuquerque, os jogos do Mundial de Clubes terão um significado especial para ele por serem sediados no país.

- Eu tenho certeza absoluta de que vão ser os dois jogos da vida dele. Ele vai fazer de tudo para conquistar esse título. Eu tenho certeza - garante.

Sheik já foi capa em revista no Japão (Foto: Arquivo pessoal)

HERÓI NA LIBERTADORES, SHEIK ADMITIU: 'SOU FODA'

Emerson decidiu a Libertadores para o Corinthians ao fazer os dois gols da vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors (ARG), no Pacaembu. No dia seguinte, o atacante chegou a dizer que não queria o rótulo de herói. Mas a verdade é que ele resumiu como se sentia em breve conversa com Claudio horas depois.

– A gente foi ver o jogo no estádio e, depois do título, fomos para casa dele. Eu estava no quarto, quase dormindo, de repente ele bate na porta. Era quase 2h da madrugada. Eu abri a porta, quando olhei para ele, falei: “Caraca! Você tem noção do que você fez?”. Ele virou e falou: “Pode falar, eu sou foda, né?! (risos)”. Aí, eu fiz igual japonês faz. Eu bati reverência e comecei a me divertir. Eu não tinha a noção exata, nem ele. Ele foi ter a noção só um tempo depois, quando viu toda a repercussão – revelou o irmão.

Claudio esteve no Pacaembu ao lado da família e de alguns amigos de Sheik. Na ocasião, vestia uma camisa com os dizeres “Nova Iguaçu conquistando as Américas”. Para o Mundial, deve surgir outra.
–  Vou fazer uma camisa para o Mundial. Na Libertadores, eu coloquei “Nova Iguaçu conquistando as Américas”. Agora pode ser “Nova Iguaçu conquistando o Mundo, o Planeta” (risos) – contou.