sábado, 22 de dezembro de 2012

Tite dá mais valor à sua conquista: "Time jogou em 2000 por convite"

A vitória sobre o Chelsea no último domingo deu ao Corinthians o seu segundo título de Mundial de Clubes. Na opinião de Tite, o principal deles. O técnico da equipe atual valoriza mais a sua conquista porque o time disputou a competição qualificado como campeão da Libertadores, e não como convidado por ter vencido a liga nacional do país-sede, como no torneio de 2000 no Brasil.

"O Mundial de 2000 veio depois de o clube ser convidado, não se credenciou com a Libertadores. Agora, a dimensão foi bem maior", afirmou o técnico ao jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul (RS). "O grande desafio foi a Libertadores. Era uma obsessão, um título que o Corinthians não tinha", prosseguiu.

Ciente do valor de seu feito, Tite sabe que está entre os maiores técnicos da história do clube. "Não sei se o maior, mas entre os maiores, sim, pelas conquistas deste ano. Faltam três jogos para eu completar 200 em duas passagens pelo Corinthians. O título da Libertadores tem uma grandeza imensurável", apontou, opinando com base no que ouviu da torcida.

"Teve um cara que fez uma tatuagem minha no braço e disse que iria ficar comigo pelo resto da vida porque dei a ele o título inédito da Libertadores. Isso assusta. E agora o Mundial, uma dimensão ainda maior", relatou, ainda surpreso com o número de corintianos no Japão. "Acho que tinha 50 mil corintianos em Yokohama, quase não dá para imaginar", declarou.

"Fiz uma reunião com alguns torcedores e eles falaram que não exigiam o título, só queriam que a gente fosse o Corinthians, que lutasse, para premiar um monte de gente que veio, que deixou sua casa. Tem cara que foi com perna quebrada, tem uma senhora de 93 anos que nem sabia como tinha conseguido ir, um outro que deixou a mulher grávida de oito meses, vários que abriram mão do emprego. Respondi que não prometia o título, mas prometi que o Corinthians seria uma equipe competitiva", contou.

Feliz pela equipe que conseguiu montar, Tite admite que gostaria de contar com Alexandre Pato, atacante do Milan com quem o Corinthians negocia. Pessoalmente, o técnico, campeão brasileiro, da Libertadores e Mundial nos últimos dois anos, se coloca entre os principais nomes de sua profissão.

"Abel Braga, Telê Santana, Felipão, Paulo Autuori, Zagallo e Parreira. Aí falo aquilo que o Parreira fala: pode até questionar o estilo, mas campeão a gente respeita. Entrei nesse roll dos respeitados", afirmou, sem esconder o sonho de chegar à Seleção Brasileira.

"Quando o Mano Menezes saiu, a direção do Corinthians me chamou e disse que não me liberaria de jeito nenhum. Foquei no Corinthians e não pensei mais no assunto. Quem sabe um dia...", imaginou.