terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Prass crê que Corinthians não deve ser único punido por morte em jogo

Fernando Prass na coletiva do Palmeiras (Foto: Gustavo Serbonchini)Fernando Prass destaca controle no futebol
brasileiro (Foto: Gustavo Serbonchini)

A punição sofrida pelo Corinthians pela morte do garoto Kelvin Espada durante partida contra o San José, da Bolívia, repercute até no Palmeiras, o maior rival. O goleiro Fernando Prass não concorda com as sanções que a Conmebol estipulou para os alvinegros. Para ele, não é apenas o time brasileiro que tem de ser punido pelo ocorrido na arquibancada do estádio Jesús Bermúdez, na cidade de Oruro.

Na última quarta-feira, no jogo que acabou 1 a 1 entre Corinthians e San José, um corintiano disparou um sinalizador na direção da torcida adversária e acabou matou o garoto de apenas 14 anos. Por isso, a Conmebol estipulou que o Timão não poderá ter torcida em mais nenhum jogo da Libertadores deste ano até que o julgamento sobre o caso aconteça, em prazo estipulado de 60 dias. As partidas em casa terão portões fechados e fora não serão designados ingressos para os brasileiros.

– Vai dar sempre discussão. Falando da punição em si eu não concordo. Corinthians tem de ser punido, eles concordam. Mas só isso? O único culpado será o clube? Tem de ser punido quem fez, o clube e o mandante. O San José é responsável pelo espetáculo. Acontece algo em sua casa e você não é responsabilizado? Eles têm de ser punidos com mais rigor do que o Corinthians. Aconteceu dentro do estádio. A punição tem de existir porque é inaceitável – comentou Fernando Prass.

De acordo com H. A. M., menor do Corinthians que prestou depoimento dizendo ser o autor do disparo, ele entrou no estádio portando sinalizadores. Ainda de acordo com o depoimento, ninguém foi revistado na entrada do estádio. Além disso, na Bolívia as regras são mais brandas e não é proibida a entrada com este tipo de artefato.

– O controle não é o ideal no futebol brasileiro, mas as coisas são mais organizadas. Há punições. Tem um regulamento que tem de ser cumprido para dar o mínimo de condições de jogar futebol.  Não tive problemas gravíssimos quando joguei a Libertadores, mas sabemos que tem artimanhas – completou o goleiro do Verdão.