Rodrigo Etchegaray Ponce (Depor) - 07/01/2013 - 08:00 Lima (PER)
Guerrero costuma visitar com frequência bairros pobres do Peru (Foto: Erick Nazarro)
Que é o nome do momento, não resta dúvida. Guerrero pôs seu nome na história depois de ganhar o Mundial de Clubes com o Corinthians. O atacante peruano marcou os dois gols do Timão no torneio que o consagrou no Japão.
Mas quem é, afinal, Paolo Guerrero fora dos campos?
É um tipo de grande coração e notável humildade. Assim como nos revelou seu amigo de toda a vida, José Taquechi. Não é só como se fosse um irmão, é quem o ajuda em quase todas as coisas que realiza. Poucos sabem, por exemplo, que o “Predador” realiza obras de caridade para os mais necessitados.
No fim do ano, Paolo arrecadou presentes de diferentes maneiras para arrancar sorrisos de milhares de crianças no Peru. E muitos o ajudaram. Era Taquechi quem cuidava da logística da “festa” de Guerrero, e assim a multidão apareceu com muitos presentes. Para participar da festa era preciso levar um presente.
 Guerrero bate bola com moradores em bairro pobre (Foto: Erick Nazarro) |
Paolo concordou em deixar a reportagem do “Depor” acompanhá-lo no domingo, 23 de dezembro, até a entrega de presentes. Foram seis diferentes pontos, todos em Lima. E nós éramos os únicos da imprensa peruana no ônibus durante a atividade. Às 10h começou: duas amigas (Thalia e Sara), Taquechi, Francesco Balbi (jogador do Universitario de Deportes), além de três amigos que participaram da organização.
– Paolo sempre quis ajudar os necessitados, porque ele nunca se esquece de seu povo. Há muito tempo ele faz isso e sempre correu tudo bem nesses eventos – afirma Taquechi.
O tour foi este: um lugar chamado “Kubil” em Magdalena, em seguida, San Juan de Lurigancho (nas alturas de uma colina e distrito mais populoso do Peru – no censo de 2007, havia 898.443 habitantes), depois Rimac. Em seguida, Paolo foi para o Hipódromo de Monterrico, onde recebeu homenagens do Conselho de Administração do Jockey Club do Peru pelo título mundial. Não é segredo que Paolo também é fã de cavalos. Tem nada menos do que 15 deles.
Depois da homenagem, Paolo falou do que sentia realmente.
– Tenho feito isso por cinco anos e sempre fico muito feliz de ajudar as crianças que precisam – disse.
 Guerrero é um dos principais ídolos do Peru (Foto: Erick Nazarro) |
NO BAIRRO ONDE NASCEU E NO MAIS PERIGOSO
Quando criança, Guerreiro viveu em Chorrillos, região de Lima com poucos recursos. Como ele disse ao “Depor”, sempre jogou futebol com seus amigos em vários campinhos nos distritos de Chorrillos. Com muita gente. Por isso, as pessoas de Chorrilos não o esquecem. Sobretudo os mais velhos, que lembram como jogava o menino Paolo nos campinhos e como jogou Guerrero no Japão. Mas todos concordam que o menino permanece humilde e sempre correto.
O tour continuou depois em Victoria, em Olivos e Callao. Em cada parada, as pessoas se jogavam contra o ônibus. Jovens e velhos, todos queriam tocar Guerrero ou receber presente de suas mãos. Por cada local que passamos, as pessoas demonstraram felicidade e as crianças tiveram um Natal incrível. Paolo diz que sempre passou pelos mesmos lugares nos cinco anos.
Em Callao, uma região realmente perigosa, Paolo foi recebido como um herói, como em todos os pontos, mas neste bairro especificamente, foi visto com um respeito especial e muita admiração.
– Não reconhecem Paolo só pelo que ele tem feito no futebol, mas principalmente porque ele sempre se lembra dos pobres e das pessoas que não têm recursos. Então, ele criou um carinho especial nesse povo – explica Taquechi.
