terça-feira, 5 de março de 2013

Tijuana proíbe sinalizador em estádio e anuncia duelo com ‘El Campeón’

Estádio Caliente, em Tijuana, México (Foto: Diego Ribeiro)Cartaz em Tijuana mostra a importância dada ao jogo
desta quarta, contra o Timão (Foto: Diego Ribeiro)

Após o trauma que envolveu a morte de um garoto de 14 anos durante o confronto com o San José, em Oruro, na Bolívia, em sua estreia na atual edição da Taça Libertadores, o Corinthians vai encontrar clima bem mais tranquilo e seguro para o duelo desta quarta-feira contra o Tijuana, às 22h (horário de Brasília), no México. Em seu segundo jogo fora de casa pela competição, o Timão vai encarar um adversário que tomou todas as medidas de segurança necessárias desde a inauguração do Estádio Caliente, em novembro de 2007.

Desde então, placas afixadas em todos os portões de entradas do estádio mostram que sinalizadores, artefatos pirotécnicos e materiais combustíveis são terminantemente proibidos dentro do campo do Tijuana – tudo isso foi encontrado no estádio de Oruro dias após o jogo e a tragédia. No México, a placa não é mero aviso. Em visita ao local nesta segunda-feira, a reportagem do GLOBOESPORTE.COM constatou que a proibição virou uma espécie de “cultura” na cidade.

- Aqui não podemos nem ouvir falar nesse tipo de coisa. As placas são grandes por isso mesmo. E a revista tem sido eficiente, não temos tido problemas com esses artefatos – afirmou um funcionário do clube, que preferiu não se identificar.

- Isso é bonito em outros lugares, mas no estádio pode causar problemas – concordou um torcedor que comprava ingressos em uma das bilheterias do Estádio Caliente.

Estádio Caliente, em Tijuana, México (Foto: Diego Ribeiro)Placa no Estádio Caliente, em Tijuana, deixa claro o que os torcedores não podem usar  (Foto: Diego Ribeiro)

O enorme aviso diz o seguinte em um de seus tópicos: “Estão proibidos pólvora, sinalizadores, bombas de fumaça, jogos pirotécnicos, fogos de artifício, máquinas de fumaça, fogo quente ou vapor e objetos análogos”. Outro tópico esclarece que tais proibições se estendem a um raio de 125 metros do estádio.

O jogo não terá presença da torcida do Corinthians, como parte da punição imposta pela Conmebol após a morte do torcedor boliviano. Mesmo assim, o Timão é tratado pelo Tijuana como um dos gigantes do futebol – principalmente após o título do Mundial de Clubes, no Japão. Um outdoor próximo ao estádio faz o anúncio: “Vamos por el campeón” (Vamos pelo campeão).

Apesar da proibição, nada impede que um torcedor do Timão compre ingressos para assistir ao confronto na área destinada aos fãs do Tijuana. Os bilhetes mais baratos custam 450 pesos mexicanos (cerca de R$ 70). Quem joga no Corinthians sabe que a possibilidade de ver alvinegros infiltrados é real.

- Sabemos como é a torcida do Corinthians, tem em todo lugar. Então não seria uma surpresa vê-los entre os torcedores do Tijuana –  afirmou o goleiro Cássio.

Na segunda-feira, a entrada para as dependências do estádio não estava permitida, já que o gramado sintético foi preservado para os dois treinos que vão ocorrer nesta terça: do Tijuana, pela manhã, e do Timão, à tarde, em atividade de reconhecimento do campo.

Ampliação para número cabalístico

Apesar da segurança divulgada pelo Tijuana, o Timão vai encontrar pela frente um estádio parcialmente em obras. Com capacidade atual para cerca de 21 mil pessoas, o Caliente está sendo ampliado. A previsão de término dos trabalhos é 2014, e a casa dos Xolos (apelido da equipe mexicana) terá capacidade para 33.333 torcedores. O número cabalístico não tem explicação lógica, nem no site oficial do clube nem por meio de funcionários que trabalham no local.

Mesmo assim, o palco tem aspecto de novo, até porque foi inaugurado há pouco mais de cinco anos. Em uma das alas de arquibancadas, a imponente estátua de um cão se apresenta como mascote do clube. O Xoloitzcuintle (o popular Pelado Mexicano) é uma raça nativa do país e símbolo do Tijuana.

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Estádio Caliente, em Tijuana, México (Foto: Diego Ribeiro)Estádio Caliente tem capacidade para 21 mil pessoas, mas será ampliado (Foto: Diego Ribeiro)