quarta-feira, 4 de julho de 2012

Vilão e recordista, Marcelinho acha que título apaga pênalti de 2000

Já era madrugada do dia 7 de junho de 2000 quando Marcelinho Carioca fez seu último jogo pelo Corinthians na Copa Libertadores. No momento em que o goleiro Marcos se atirava no gramado para comemorar a defesa de pênalti e a classificação do Palmeiras, ele era consolado pelos colegas Ricardinho e João Carlos.

"Infelizmente fomos eliminados porque nosso camisa 7 perdeu o pênalti", ri o ex-jogador.

Aquele foi seu 31º jogo na Libertadores. Até hoje, nenhum outro jogador atuou mais do que ele, que, além de 2000, disputou as edições de 1996 e 1999. Ricardinho e Vampeta, da mesma geração, foram os que mais se aproximaram de Marcelinho. Do atual elenco, são Chicão e Ralf, que fazem a 24ª partida na noite desta quarta-feira, diante do Boca Juniors, na primeira final do clube na história da competição.

"Nem sabia disso. Eu fico feliz, porque tentei fazer o melhor para ajudar a conquistar o título. Infelizmente não conseguimos", comenta o eterno ídolo corintiano, cuja passagem pelo Parque São Jorge é marcada por muitas conquistas (Copa do Brasil, Campeonato Paulista, Brasileiro e Mundial), mas também pelo pênalti desperdiçado na histórica semifinal de 12 anos atrás.Uma eventual conquista, na opinião de Marcelinho, seria sua redenção. "O Corinthians vai cravar, vai ser campeão com gol do Chicão ou do Leandro Castán em uma jogada de bola parada. E vão esquecer o meu pênalti e a eliminação de 1999 (também frente ao Palmeiras, nas quartas de final). Não perdemos o título, mas a vaga para a final. Quem garante que ganharíamos do Boca (a equipe de Buenos Aires venceu o Palmeiras na decisão de 2000)?", defende.

JOGADORES QUE MAIS ATUARAM
Nome J
Marcelinho Carioca 31
Ricardinho 27
Vampeta 26
Chicão e Ralf 23
Dinei, Jorge Henrique e Danilo 22
Edílson 20
Fábio Luciano 19
Ronaldo (goleiro), Sylvinho e Liedson 18
Leandro Castán e Paulinho 15
Fábio Santos 14

O otimismo do ex-jogador é resultado da competitiva equipe comandada por Tite. Em 13 jogos nesta edição, são sete vitórias e cinco empates. Além de estar invicta, ela sofreu somente quatro gols.

"É um conjunto, sem individualismos. Mérito do treinador de ter blindado os atletas. Esse time é muito parecido com o nosso de 95. Ganhamos o Paulistão em cima do Palmeiras da Parmalat. O time de 2000 que venceu o Mundial é bem melhor do que o atual, mas são momentos, o acaso. É como as seleções brasileiras de 82 e 94. A de 82 era melhor, mas não foi a campeã da Copa do Mundo", compara.

Apesar de torcer pelo inédito título nesta quarta-feira, Marcelinho entende que a conquista do Mundial - mesmo sem Libertadores - é mais valiosa do que o torneio continental: "É lógico! Queria ter também o título da Libertadores, mas não trocaria essa taça pela do Mundial".