segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Com Messi, Rivaldo e Romário, Timão e Verdão genéricos empatam no RN

Rivaldo comemora gol do Corintians-RN contra o Palmeira-RN (Foto: Jocaff Souza)Rivaldo comemora gol do Corintians-RN
contra o Palmeira-RN (Foto: Jocaff Souza)

Um clássico do Campeonato Paulista em versão "genérica" no Rio Grande do Norte. Corintians-RN e Palmeira-RN jogaram neste domingo, no Estádio Marizão, que fica na cidade de Caicó, localizada a 256 quilômetros de Natal e que fica a mais de 2.700 quilômetros da cidade de São paulo, onde foi disputado no mesmo dia o clássico original entre Corinthians e Palmeiras. A diferença entre os clássicos começa pela grafia dos clubes. O time alvinegro potiguar não tem o "h" e o Palmeiras é sem a letra "s".

Fora isso, todas as emoções de uma partida de futebol são iguais. Em campo, as duas equipes têm suas "estrelas". Pelo lado corintiano, um jogador se destaca não só pelo futebol, mas também por causa do seu nome: Rivaldo, xará do pentacampeão mundial que defendeu Corinthians e Palmeiras. Em campo, a responsabilidade em vestir a camisa 10 também é dele. Mas as coincidências param por aí e o jogador explica o porquê.

- O nome Rivaldo foi minha mãe que colocou e não tem qualquer ligação com aquele outro Rivaldo. Espero que o meu futebol possa ser parecido com o dele - brincou o meia, autor do gol do Corintians no empate por 1 a 1 (assista aos gols da partida).

Já pelo lado palmeirense, três astros do futebol internacional têm seus genéricos no clube potiguar: um atacante baixinho, que veste a camisa 11, só poderia se chamar Romário. Além disso, tem um Messi, que não é atacante, mas fecha o gol alviverde, e um Diego Maradona, que mais parece um velocista e atua na lateral direita. Mesmo com tantas semelhanças, o goleiro explica que o seu apelido foi adaptado pelos amigos do time, mas que o nome foi dado pela sua mãe.

Messi, goleiro do Palmeira-RN, durante jogo contra o Corintians-RN (Foto: Jocaff Souza)Goleiro Messi é um dos destaques do Palmeira-RN (Foto: Jocaff Souza)

- Meu nome é Jamerson e minha mãe me chama de Messinho. Quando comecei a jogar futebol profissionalmente, os jogadores passaram a me chamar de Messi. Mas a semelhança é somente no nome mesmo, infelizmente - lamentou o goleiro.

Gilberto Gaúcho, técnico do Corintians-RN (Foto: Jocaff Souza)Assim como Tite no Timão, um gaúcho comanda o
Corintians-RN (Foto: Jocaff Souza)

No comando do time do Corintians, assim como no xará paulista, um gaúcho. Gilberto Gaúcho é o técnico do Galo do Seridó, time que já havia treinado em 2012. Nesse ano, ele começou o torneio no Potiguar de Mossoró, mas foi demitido após uma sequência de três derrotas consecutivas. De volta à velha casa, Gilberto acredita que possa ter um bom desempenho no Estadual.

- Temos bons jogadores e vamos mudar nosso estilo de jogo. Como um bom gaúcho, vamos implantar um esquema com uma boa marcação para subirmos na tabela da competição - falou o treinador corintiano.

O técnico do Palmeira é um velho conhecido do futebol potiguar. Tecy Ângelo, ex-jogador e ídolo do ABC, foi efetivado na última semana como treinador da equipe de Goianinha, após a demissão de Baltazar Germano. Em sua primeira experiência à frente de uma equipe profissional, ele sabe da responsabilidade e das cobranças que a função exige, mas conta que já é "calejado".

- Já tenho uma experiência na área. Joguei por muito tempo, principalmente aqui no Rio Grande do Norte e estou calejado quanto à forma de jogo das equipes daqui. Agora tenho tudo para mostrar o que sei e vou me empenhar bastante para conquistar bons resultados - explicou o técnico do Palmeira.

Paixão dividida

Na arquibancada do Marizão, o GLOBOESPORTE.COM encontrou dois amigos que têm as mesmas paixões. Rafael Alves Silva, consultor de vendas, e Aldenyr Pereira Dantas, vigilante, ambos com 29 anos, torcem para o Corintians-RN e, diferentemente do que se possa imaginar, escolheram o Palmeiras como clube de coração. Em meio aos poucos mais de 200 torcedores alvinegros que estiveram no estádio, Rafael era o único que vestia uma camisa verde, pois, no mesmo horário, o Verdão fazia o clássico original com o Timão, em São Paulo.

Amigos torcem para o Palmeiras e para o Corintians-RN (Foto: Jocaff Souza)Alcenyr e Rafael torcem para o Palmeiras e para o Corintians-RN (Foto: Jocaff Souza)

- Sou torcedor do Corintians desde que nasci, assim como minha família. Mas em São Paulo, eu torço para o Palmeiras... Meu sangue é até verde - brinca Rafael, mostrando o braço.

Alcenyr explica que a falta de um time de "peso" na região foi decisiva pela escolha do alviverde paulista.

- Sou torcedor do 'Galo' aqui em Caicó, mas em São Paulo sou 'Porco'. Assim como nós, muitos daqui da cidade torcem para outros clubes porque os times do Seridó não disputam muitas competições durante o ano e, consequentemente, não conseguem troféus - conta o vigilante.

Contudo, mesmo sem a presença de títulos, Rafael reitera a paixão pelo time da sua terra.

- Sempre vou torcer pelo Galo, mesmo que o time seja muito irregular, como o desse ano. Nós somos apenas torcedores, mas sabemos quando um time não está bem. O Corintians não consegue manter um equilíbrio e, quando tem a vitória na mão, sempre deixa escapar - lamenta o torcedor.

Situação complicada na tabela

Torcida do Corintians-RN no jogo contra o Palmeira-RN (Foto: Jocaff Souza)A 'Fiel' do Corintians-RN levou pouco mais de 200
torcedores ao Marizão (Foto: Jocaff Souza)

Debaixo de uma chuva que não deu trégua por um minuto, Corintians e Palmeira mostraram um futebol de muita raça, mas de pouca habilidade. Rivaldo abriu o placar em cobrança de pênalti, ainda no primeiro tempo, e Bruninho marcou para o Verdão do Agreste na segunda etapa, deixando tudo igual.

O resultado acabou não sendo bom para ambos os times. O Corintians ocupa a sexta colocação, com 12 pontos. Já o time de Goianinha está logo atrás, na sétima posição, com 11 pontos.

Restando apenas três rodadas para o fim do primeira fase do Campeonato Potiguar, as duas equipes lutam pela classificação. Apenas os seis primeiros colocados avançam para se juntar a ABC e América-RN na segunda fase.