segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Conheça Tomí, o 'mascote' da invasão corintiana no Japão

Tomí, o fantoche mascote do Corinthians na invasão do Japão (Foto: Danilo Sardinha/ Globoesporte.com)Tomí, o fantoche mascote do Corinthians na invasão
do Japão (Foto: Danilo Sardinha/ Globoesporte.com)

Tomí tem 23 anos. "Nasceu" dia 1º de setembro, aniversário do Corinthians. Por onde passa, chama atenção com os olhos puxados, o largo sorriso, que expõe os avantajados dentes e sua camiseta número 8 do Corinthians de 1989, (homenagem ao doutor Sócrates e à Democracia Corintiana).

Apesar de ser um fantoche, Tomí é um corintiano roxo. Presenciou os principais momentos da história do seu clube de coração. Isso, graças ao advogado Vanderlan Carvalho, 67 de anos, de São José dos Campos, interior paulista, "fanático com orgulho", e que comprou o boneco como presente no dia do nascimento de seu filho, Guilherme Donaldo Marson.

O trio Tomy, Vanderlan e Guilherme embarcou para o Japão neste fim de semana para torcer pelo Corinthians em um dos momentos mais importantes de sua história: a disputa do Mundial de Clubes e o possível segundo campeonato mundial do alvinegro.

- Vai ser a primeira invasão no Japão. Haverá outras. O Tomí será o mascote do time neste título. Sempre que vou com ele ao estádio, ele dá sorte e os torcedores querem tirar foto, brincar com ele. É uma figuraça - conta Vanderlan.

Idioma não é problema

No dia, em que o Corinthians viajou para o Japão, por exemplo, Tomí deu prejuízo. No aeroporto de Cumbica, passou de mão em mão e posou para fotos com torcedores, mas acabou com as calças rasgadas e teve de ganhar roupas novas antes da viagem.

Caso algo semelhante aconteça no Japão, não haverá problema. O japonês do trio já está afiado. Entre as frases decoradas, estão: Ike Corinthians (Vai Corinthians). Além de já saber como pedir água, comida e dizer para um taxista onde quer ir.

Vanderlan Carvalho, advogado, com o fantoche Tomí, mascote do Corinthians no Mundial do Japão (Foto: Danilo Sardinha/ Globoesporte.com)Vanderlan Carvalho, advogado, com o fantoche Tomí, mascote do Corinthians no Mundial do Japão (Foto: Danilo Sardinha/ Globoesporte.com)

- Eu sei mexer só um pouco com ele, mas meu filho tem muito mais afinidade. Ele consegue fazer a voz perfeita. Em jogos, o pessoal pede para ele ficar imitando a voz e mexendo o Tomí

Memória corintiana

As datas não escapam da cabeça de Vanderlan. Lembra precisamente do dia em que se tornou corintiano. Era 1º de agosto de 1956 e Vanderlan, com 10 anos, chegava de Goiânia, onde morava para tentar a vida na Capital Paulista com sua mãe. Devido a uma ação de marketing do Corinthians, estavam sendo distribuídas camisetas do Timão. Vanderlan gostou da festa, se apaixonou e não largou mais o time.

Vai ser a primeira invasão no Japão. Haverá outras. O Tomí será o mascote do time neste título. Sempre que vou com ele ao estádio, ele dá sorte e os torcedores querem tirar foto, brincar com ele"

Vanderlan Carvalho

O advogado também não esquece de 1977, quando o Corinthians quebrou um jejum de 23 anos sem títulos após ganhar o Campeonato Paulista sobre a Ponte Preta. Na ocasião, com 20 anos, Vanderlan liderou a festa em São José dos Campos, que aconteceu na principal praça da cidade.

Mas a lembrança preferida de Vanderlan está relacionada à invasão corintiana no Maracanã, no dia 5 de dezembro 1976, na semifinal do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense. Ele afirma que foi entrevistado uma semana antes da partida por uma rádio e que na ocasião, foi ofendido pelo repórter, ao dizer que haveria 20 mil corintianos no Rio de Janeiro.

- Errei por 50 mil. Foram 70 mil corintianos naquele dia e eu viajei três dias antes com um grupo. Levamos pranchas, motos. Foi uma visão impressionante. É algo que nunca mais vai acontecer, até porque os estádios não têm mais capacidade para isso hoje em dia.

Acostumado a fatos históricos, Vanderlan, inclusive já tem pronta a faixa que irá dar de presente aos japoneses após o Mundial: "Corinthianamos o Japão. Até a próxima invasão".