Marcelo Braga - 02/01/2013 - 09:03 Enviado Especial a Pato Branco (PR)
Pato era bom de bola desde criança no futsal (Foto: Arquivo pessoal)
Tite é visto como o técnico ideal para recuperar o futebol de Alexandre Pato, caso o departamento médico do Corinthians consiga deixá-lo apto para jogar em alto nível, livre das lesões musculares. Bom de conversa e de atitudes, o comandante gaúcho promete fazer de tudo para ajudar o atleta. Ou quase tudo.
Dar mamadeira a ele no intervalo de um jogo, por exemplo, está fora de cogitação. Mas já aconteceu. Há 18 anos, quando o provável reforço do Timão era apenas uma criança, o técnico Joel Carvalho viu o craque do seu time gritar para o pai, Geraldo, que estava na arquibancada da quadra de futsal, por um pouco de leite. Até hoje, a história diverte o treinador, o primeiro professor do atacante.
- Estávamos em Curitiba disputando o estadual, um classificatório para a final do sub-7. E, no alojamento, ele não quis mamar de manhã. Aí, quando começou o jogo, deu fome. Ele gritou: "Pai, quero a mamadeira." Eu falei: "Geraldo, vai buscar o mamar para o piá." Ele foi no alojamento, preparou e deu para ele no vestiário. E o jogo estava pegado, acho que empatado, e a gente precisando ganhar (risos). Mas ele repôs as energias e aí ganhamos o jogo - lembra.
Técnico do Grêmio Industrial Patobranquense até hoje, Joel se lembra com carinho dos tempos em que o atleta era levado pelos pais para os treinamentos. Na sede do clube, aliás, algumas fotos mostram o garotinho Alexandre vestido com o uniforme da equipe, guardado pela família com muito carinho.
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Aluno da escola estadual La Salle, onde estudou da pré-escola até a quarta série, começava a chamar a atenção das particulares, que disputavam alguns campeonatos. Foi, então, estudar na Mater Dei, onde jogava sob o comando de Sandrinho Zanato. Aos 11 anos, seguiu para o Internacional de Porto Alegre, onde migraria para os campos.
Primeiro mestre, Joel aprova a futura parceria entre Tite e Pato:
- Além de vitorioso, Tite é um estudioso do futebol. Ele sabe trabalhar a cabeça dos jogadores. Isso é importante. O Alexandre vinha passando por várias contusões, queria voltar a campo rápido para provar seu valor, mostrar-se útil ao clube e à Seleção, mas estava cada vez indo mais para atrás. Agora é trabalhar o psicológico e fortalecer a musculatura. O Tite é top - elogiou.
BATE-BOLA
Joel Carvalho, primeiro treinador de Alexandre Pato, ao LANCE!Net
Como Alexandre Pato era no início de tudo, jogando futsal aos cinco anos?
-Era comum nas atitudes, bem apegado à família, mas quando começou vimos que tinha todo o jeito e a maneira para ser um jogador de qualidade. Desde pequeno, sempre foi habilidoso, sempre o superior da turma. Driblava fácil, foi artilheiro por onde passou. Essa era a marca dele, desde sempre.
Dava para apostar que ele seria um jogador de futebol?
Sim, na época falei para o pai dele, que ainda tinha algumas dúvidas. Falei que tinha de fazer da maneira correta, com paciência e aproveitando as oportunidades. Ele não podia parar no caminho, Então jogou Taça Paraná sub-7, sub-9, sub-11... Jogamos um Brasileiro no Rio Grande do Sul em que ele se destacou muito e chamou a atenção de Grêmio e Internacional. A história foi construída.
Quais as características que ele manteve? Vai dar certo no Corinthians?
Ele sempre busca a bola, quer sempre estar com a bola no pé, quer finalizar... A ida para a Europa fez com que ele crescesse mais ainda. Logo estará pronto para a Seleção, só falta a ele uma sequência, não teve porque se machucou muito. Agora, no Corinthians, com a imprensa em cima, se fizer um bom Brasileiro pode fazer parte do grupo do Felipão. O negócio fará bem para ele, para o Brasil e para o Corinthians. Só é ruim como colorado, ver o garoto formado lá e indo para o Corinthians (risos).
E qual é o tamanho da sua satisfação pessoal de ver que fez parte de tudo isso?
Na verdade, o Alexandre foi o nosso top, mas formamos mais atletas, como o Chico que jogou no Palmeiras, o Ronaldo que está no Figueirense.Tem um legado grande que passou na nossa mão e deram bons esportivas. Ou bons médicos, dentistas, engenheiros. Trabalhamos o caráter, a formação profissional e pessoal. Mas fico feliz e orgulhoso de ter feito parte dessa iniciação.
