Pato é a nova aposta do Corinthians para aumentar
renda (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
De acordo com estudo da consultoria Deloitte, o Real Madrid é o clube que mais arrecadou em 2012, com 512 milhões de euros (cerca de R$ 1,35 bilhão). Entre os brasileiros, o líder de renda no ano passado foi o Corinthians, com 94,1 milhões de euros (R$ 254 milhões). Para o comentarista do SporTV Dani Monti, o clube do Parque São Jorge chegou à liderança por ter conseguido estratégias certas.
- O caminho do Corinthians é o certo. Era um clube sem grande importância no cenário mundial. Em quatro, cinco anos, construiu uma imagem de time vencedor e funcionou a ideia de ligar o nome do clube a ídolos como Ronaldo, Adriano e, agora, Pato. São jogadores importantes, conhecidos em todo o mundo. Além disso, teve boas ações de marketing, como aquela camisa com os rostos dos vencedores. Com o estádio próprio, deve os números devem aumentar um pouco - disse o comentarista.
O comentarista André Loffredo destaca que o Corinthians leva vantagem por ser líder também de público e de renda nos seus jogos. No ano passado, no Campeonato Brasileiro, o Timão teve média de 25.222 pagantes e arrecadou R$ 742.530,68 por partida, segundo o site oficial do clube. No entanto, para o jornalista, o número está muito perto de seu máximo.
- O Corinthians já arrecadou quase 100 milhões de euros. É um número muito bom. O Corinthians já está muito perto de seu máximo, porque aproveita muito o marketing, os direitos de televisão e até a bilheteria. Os clubes brasileiros abandonaram a bilheteria, mas o Corinthians consegue cobrar um valor alto pelo ingresso e, mesmo assim, enche o estádio.
A arrecadação com as vendas de ingresso também explicam, de acordo com André Loffredo, por que a distância entre brasileiros e europeus é grande, e não deve diminuir muito nos próximos anos, mesmo que os clubes do país continuem crescendo.
- O futebol brasileiro nunca vai alcançar a arrecadação de um grande europeu. Sempre teremos pelo menos 20 europeus na frente dos brasileiros, porque o poder aquisitivo na Europa é muito maior. O Real Madrid pode cobrar 70 euros (R$ 190) por um ingresso, porque, mesmo com a crise financeira, ainda tem um público muito grande com poder de compra.
Dani Monti: mesmo com Ronaldinho, Fla não conseguiu patrocínio master (Foto: Alexandre Loureiro / Vipcomm)
Para Dani Monti, alguns clubes brasileiros podem crescer bastante em arrecadação, conquistando mais título e melhorando suas estratégias de marketing. No entanto, é impossível que todos consigam alcançar o mesmo número.
- Claro que não dá para todos crescerem tanto. Na Itália, por exemplo, Juventus, Inter e Milan estão acima de todos os outros. Mas alguns times brasileiros podem crescer muito. O Flamengo, que tem 35 milhões de torcedores, pode tentar trilhar o mesmo caminho. Só que a gestão da Patrícia Amorim foi um fracasso: não venceu campeonatos, não teve marketing e nem conseguiu um patrocinador para a camisa. O Fluminense, que tem um patrocinador muito forte, também pode sonhar mais alto. Mas isso só vem com planejamento, é preciso uma visão com longo prazo.
André Loffredo acredita que os brasileiros ainda têm muito potencial para melhorar sua presença no exterior. No entanto, somente em países com pouca tradição no futebol, já que na Europa os próprios clubes já ocupam todo o espaço.
- Os brasileiros podem crescer no exterior, vendendo produtos licenciados e conseguindo mais direitos de transmissão. Isso é um processo de longo prazo. O Brasil precisa ser presença constante nas finais de Libertadores, Sul-Americana, Mundial de Clubes. Contratar estrelas como o Seedorf também pode gerar interesse. Mas somente em mercados menos tradicionais no futebol, como a Ásia e os Estados Unidos. Na Europa, o mercado é bastante fechado. Os europeus acompanham só as suas próprias ligas e a Liga dos Campeões. Mesmo as pessoas que trabalham com futebol na Europa não acompanham o futebol brasileiro.
