sexta-feira, 13 de julho de 2012

Transferências- Paulinho: entre Internazionale e Corinthians

Poucos jogadores tiveram uma ascensão tão rápida na carreira quanto o volante Paulinho, que deixou o Bragantino em 2009 para chegar na metade de 2012 como um dos melhores jogadores da atualidade no futebol brasileiro. Suas atuações nas campanhas vitoriosas do Corinthians no Brasileirão 2011 e Libertadores 2012 falam por si.

O ‘meteoro’ paulistano, prestes a completar 24 anos, já chama a atenção pela abrangência de seu jogo, em que defesa e ataque funcionam com a mesma eficiência. Com a conquista da América, o volante virou um dos alvos preferenciais da Internazionale para a próxima temporada europeia, que já se encaminha para seu início.

Pensando nisso, Goal.com analisa a possível ida do ‘motor’ corintiano ao San Siro, considerando que, ele também pode permanecer e marcar ainda mais seu nome no clube do Parque São Jorge.


Apesar da pouca idade, é possível dizer que Paulinho, ao menos em nível de futebol brasileiro, não teria nada mais a provar. Campeão nacional e continental, se destacando pela regularidade nas duas campanhas, o volante é, com razão, um dos jogadores mais pedidos na Seleção de Mano Menezes, que carece de um jogador da posição com uma chegada tão forte na frente.


Conseguindo levar ao Calcio as mesmas atuações que o tornaram célebre, Paulinho se tornaria nome obrigatório com a camisa verde-e-amarela. Isso sem falar nos benefícios que a experiência na Europa proporciona aos jogadores brasileiros, que têm a oportunidade de aprimorar seus melhores fundamentos e adquirir outras habilidades. Para um jogador que já é conhecido como ‘completo’, ser desafiado a ir além pode leva-lo a outro patamar.


Depois de uma temporada ruim, a Internazionale parece disposta em apostar em um projeto de renovação, o que ficou explícito pela saída de jogadores como Lúcio e, potencialmente, Maicon. A efetivação do jovem Andrea Stramaccioni para o comando e a promoção de vários jovens ao time principal também reforçam essa nova tendência no San Siro. Paulinho se encaixaria muito bem nos planos do time de Massimo Moratti: um jogador jovem, mas com bagagem para encarar uma responsabilidade maior.

O encaixe de Paulinho na equipe do San Siro não é difícil de enxergar no momento: ele poderia cumprir sem problemas as funções do meio-de-campo com três ou quatro jogadores, como um dos volantes mais abertos que saem para o jogo e voltam para dar cobertura.

A questão, aqui, é a concorrência, já que jogadores como Cambiasso, Zanetti, Freddy Guarín e Dejan Stankovic saem na disputa pelo tempo de clube. A não ser que o treinador novato demonstre ousadia e promova uma revolução no modo de jogar dos nerazzurros, cenário pouco provável.

Medir o potencial da Inter para a temporada que se aproxima é uma tarefa difícil. É difícil prever como o clube se comportará no mercado de transferências, embora esse seja um dever óbvio para a situação na qual se encontra. Se por um lado a transferência significa, para Paulinho, pisar em solo desconhecido, por outro é a chance de consolidar seu nome por mérito próprio. A exemplo do que aconteceu no Corinthians, o volante poderia se tornar o expoente de um time que, se não é brilhante, beira à excelência no aspecto coletivo.



Já marcado na história de um dos clubes mais populares do Brasil, Paulinho tem em mãos a oportunidade de aprofundar essa relação, e o motivo é óbvio: o Mundial de Clubes, no fim do ano, e a Copa Libertadores, já no ano seguinte. Ídolo da torcida corintiana, o jogador de 24 anos tem um status privilegiado no Pacaembu, que levaria algum tempo para se reconstruir em outro lugar.

Embora a saída do país aumente sua visibilidade, é consenso geral que o alvinegro deve receber nova chance com a Seleção muito em breve. Mano Menezes não perderia a oportunidade de incluí-lo no projeto 2014 desde já.

Vale lembrar, também, que a nova atitude dos clubes brasileiros, que estão conseguindo reter os melhores talentos por mais tempo, e agregando cada vez mais outros vindos de fora, está fazendo com que os atletas pensem melhor sobre a necessidade de deixar o país. Em um futuro idealizado, próximo ou não, quem garante que a competitividade local não será tão grande quanto no exterior? Cabe a Paulinho pagar, ou não, para ver.


Dinheiro para mim hoje não é um problema. Se eu for embora vou ganhar, se eu ficar, da mesma forma vou ganhar. Não penso no dinheiro, prefiro pensar na minha carreira