domingo, 10 de fevereiro de 2013

Presidentes de escolas ligadas a torcidas garantem carnaval de paz

A ligação entre futebol e carnaval é antiga em São Paulo. Hoje, são as torcidas organizadas que promovem essa união e o número está aumentando por isso, grande preocupação dos foliões paulistas é com a segurança, principalmente por causa da violência dos estádios. Em 2013, o grupo 1, terceira divisão do carnaval paulista TUP, Camisa 12 e Torcida Jovem desfilam na segunda-feira, um dia menos movimentado e com menos estrutura do que o grupo especial. Mesmo assim, mais de quatro mil pessoas diretamente ligadas a torcidas organizadas de futebol estarão juntas, o que levanta a questão da segurança do sambódromo. Porém, os presidentes das agremiações garantem uma festa espetacular.

- O carnaval é paz, espetáculo. Nós vamos lá para dar espetáculo - afirma Cosmo Damião, presidente da Torcida Jovem.

Na Torcida Jovem, a maior organizada do Santos com 18 mil associados, o enredo é a sinfonia das cores da aquarela. O clube da baixada é o único que não tem um representante no grupo especial. Em 2013, além de Gaviões da Fiel, Mancha Verde e Dragões da Real, o Anhembi receberá os desfiles de outras torcidas grandes de São Paulo. O enredo da Camisa 12, a segunda maior torcida do Corinthians, com 30 mil associados, vai homenagear o Nordeste e o presidente Carlos Eduardo garante que a única preocupação da escola é fazer um belo desfile.

- A grande maioria da escola é da torcida, mas tem um pessoal que não é da torcida e participa, ajuda. Então, a escola de samba não tem tanto essa obrigação de ir a todos os jogos. Todo mundo tem o mesmo objetivo, de fazer nosso trabalho, passar na avenida bem e esperar o resultado - disse “Dudu”, como é conhecido.

A TUP, Torcida Uniformizada do Palmeiras, levará 1.200 membros para a avenida e também abordará o nordeste, mas foca seu enredo nas lendas da região. Para o presidente Marcelo Lima, na avenida todos devem se identificar como sambistas, não torcedores.

- Nós somos uma torcida, mas sabemos nos identificar como sambistas, então é livre o acesso. Todos nós estamos determinados a não acontecer nada, porque eu não gostaria que acontecesse nem no futebol - revelou Marcelo.

A fusão entre futebol e carnaval deu origem a algumas escolas que disputam o grupo especial como a Vai-Vai e Águia de Ouro. Elas surgiram dos encontros de ritmistas após os jogos da várzea, como explica a historiadora Maria Aparecida Urbano. Ainda segundo Maria Aparecida, as escolas precisam aprender a cooperar.

- Essas batucadas eram geniais. O pessoal às vezes ia, não por causa do futebol, mas pela batucada, e muitas escolas nasceram desses encontros. O torcedor tem que botar na cabeça que as escolas de samba são todas coirmãs - explicou.