terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Para oposição, possível mudança de estatuto do Corinthians é imoral

LANCEPRESS! - 08/01/2013 - 21:04 São Paulo

Andres Sanchez (Foto: Bruno de Lima)
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians de 2007 a 2011 (Foto: Bruno de Lima)

A possibilidade de se alterar o estatuto do Corinthians para Andrés Sanchez poder concorrer na próxima eleição presidencial, no início de 2015, é rejeitada pela oposição do clube. Hoje, um ex-presidente tem de esperar duas gestões (ou seis anos) para se tornar elegível novamente. É o caso de Andrés, antecessor do atual presidente, Mário Gobbi Filho. Na segunda-feira, em entrevista à SporTV, ele sugeriu mudar de dois para um mandato de “espera”.

– Não sou a favor de que mude, mas, como bom democrata... Se a maioria achar que é preciso mudar o estatuto, vamos mudar – disse.

Para o empresário Paulo Garcia, candidato derrotado em fevereiro do ano passado, mudar o estatuto em causa própria é imoral.

– Eles (componentes da situação) criaram isso com medo de um terceiro se tornar presidente do Corinthians. Se levarem à frente, talvez consigam, infelizmente, porque a maioria sempre prevalece. Mas seria imoral! Acho que já superamos essa fase de mudar o estatuto do clube olhando para o própio umbigo – afirmou Garcia, ao LANCE!.

O novo estatuto do Corinthians foi alterado em agosto de 2008, por pressão da chapa Renovação e Transparência, liderada pelo próprio Andrés Sanchez. Ele foi eleito presidente, depois que Alberto Dualib, cuja gestão durou 14 anos, renunciou ao cargo, pressionado por várias denúncias na Justiça. O principal ponto da mudança foi estabelecer limite na presidência do clube.

– O novo estatuto é recente, não tem por que mexer nisso ou em qualquer outra coisa agora. Andrés fez uma boa gestão, temos de reconhecer, mas o Mário está fazendo um ótimo trabalho e outro que entrar também dará continuidade, porque tem muita gente capaz no Corinthians – disse Osmar Stábile, candidato da oposição no pleito de 2009.

– Senão, vamos voltar ao passado, quando se mudavam as coisas em benefício próprio. Está mais do que provado de que o Corinthians não é de uma pessoa só – completou.

Mário Gobbi Filho será presidente até o fim de 2014 – três anos de gestão. Pelo estatuto atual, ele e Andrés Sanchez não podem concorrer. Este último só poderá voltar a se candidatar a presidente no início de 2018.

O estatuto do Corinthians

Anterior
Pelo antigo estatuto, não havia limite para reeleição a presidente do clube. Isso permitiu que Alberto Dualib ficasse no poder de 1993 a 2007, quando renunciou, ameaçado de impeachment e envolvido em denúncias do Ministério Público, na época da parceria com o MSI. A chapa Renovação e Transparência, liderada por Andrés, foi a principal responsável pela mudança no estatuto.

Vigente
Entre outros benefícios, o novo estatuto, aprovado em agosto de 2008, pôs fim à reeleição e o mandato passou de dois para três anos. E para um ex-presidente concorrer tem de esperar duas gestões.

A mudança sugerida
Reduzir para apenas uma gestão de espera. Isso permitiria que Andrés concorresse na eleição de 2015.