terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Corinthians: da Série B ao topo do mundo

POR FERNANDO H. AHUVIA - DIRETO DE SÃO PAULO

“Quem quiser rir aproveite para rir agora. Daqui para frente, ninguém mais vai rir do Corinthians.” A declaração feita pelo então presidente Andrés Sanchez em dezembro de 2007, resume o sentimento do corintiano em 2012. Pouco mais de cinco anos depois de passar pela pior situação de sua história, ao ser rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Timão deu a volta por cima e conquistou o Mundial de Clubes da Fifa.

Nesse período, o Corinthians se transformou dentro e fora do gramado. O time alvinegro que vivia aparecendo nos noticiários policiais por conta dos escândalos financeiros se tornou uma referência no marketing esportivo, criou o programa de sócio-torcedor, inaugurou o moderno CT Joaquim Grava e iniciou a construção de seu estádio. Dentro de campo, a equipe só teve treinadores (Mano Menezes, Adilson Batista e Tite) e conseguiu uma série de títulos.

“O CORINGÃO VOLTOU!”

Para iniciar a reformulação na equipe, o Corinthians contratou o técnico Mano Menezes, que havia levado o Grêmio da Série B do Campeonato Brasileiro à decisão da Copa Libertadores em apenas dois anos. Rapidamente o trabalho do comandante deu resultado e o clube de Parque São Jorge chegou à decisão da Copa do Brasil (perdeu para o Sport) e conseguiu voltar à elite do futebol brasileiro com seis rodadas de antecedência ao vencer o Ceará por 2 a 0. Na 34º rodada, o Timão conquistaria o título com um triunfo sobre o Criciúma, fora de casa, pelo mesmo placar.

Após a confirmação do retorno à Série A, o Corinthians acertou a contratação do atacante Ronaldo. De início, a vinda do jogador era tratada como uma aposta arriscada por conta do seu peso e do seu histórico de lesões. No entanto, o Fenômeno contrariou as previsões e se tornou importante não só para o marketing, mas também para o time com suas boas atuações.

Com a base da equipe que conquistou a Série B e com Ronaldo como grande estrela, o Corinthians conquistou tudo que disputou no primeiro semestre de 2009. Com 13 vitórias e dez empates, o Timão chegou ao seu quinto título do Campeonato Paulista de maneira invicta, o 26º na história. Mais tarde, o time alvinegro conquistou a Copa do Brasil pela terceira vez ao despachar o Internacional na final.

No ano seguinte, apesar da eliminação na Libertadores para o Flamengo, Mano Menezes seguiu no Corinthians até ser convidado para assumir a Seleção Brasileira. Para o seu lugar, Adilson Batista foi contratado. Mas a opção acabou não vingando e logo foi substituída por Tite, que comandou o Timão na reta final do Brasileirão levando o time ao terceiro lugar da competição.

DO VEXAME À CONSAGRAÇÃO

O início de 2011 para o Corinthians foi um verdadeiro pesadelo. Ainda na fase preliminar da Libertadores, a equipe foi eliminada da forma vexatória pelo Deportes Tolima, da Colômbia. Os protestos da torcida acabaram acarretando na saída das estrelas Roberto Carlos e Ronaldo. Diante do fato, a pressão pela demissão de Tite foi grande, mas o então presidente Andrés Sanches o manteve no cargo.

A partir daí, o treinador corintiano conseguiu montar uma equipe equilibrada. Se destacando pela força do conjunto e da disciplina tática, o Timão se recuperou e conseguiu o seu quinto título brasileiro na história ao empatar  com o arquirrival Palmeiras na última rodada da competição.

Em julho de 2012, o Corinthians conquistou pela primeira vez a Copa Libertadores da América. Vários foram os momentos que ficarão marcados para sempre na memória do torcedor corintiano. Entre eles: o gol de empate nos acréscimos na estreia com o Deportivo Táchira-VEN, a chance clara desperdiçada por Diego Souza, o gol de Paulinho a comemoração do técnico Tite no alambrado, o gol de Romarinho na Bombonera e os dois gols do atacante Emerson na grande decisão com o Boca Juniors, que garantiram ao Timão o título invicto.

Para encerrar um dos anos mais importantes da história do clube, o Corinthians venceu o Chelsea por 1 a 0, no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão, e se tornou bicampeão do mundo. Cerca de 30 mil torcedores acompanharam de perto os milagres do goleiro Cássio, eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes da Fifa. Na frente, o peruano Paolo Guerrero, assim como contra o Al Ahly, fez o gol da partida e ficará eternizado na história do clube alvinegro.