domingo, 30 de setembro de 2012

Com empresário em comum, Tite evita falar muito de Polga no Corinthians

Bruno Andrade e Felipe Bolguese - 29/09/2012 - 07:30 São Paulo (SP)

Anderson Polga - Treino do Corinthians (Foto: Eduardo Viana)
Anderson Polga chegou como reserva no Corinthians (Foto: Eduardo Viana)

Tite se cerca de cuidados para falar de Anderson Polga. Até o momento, sempre desviou para analisar características e qualidades do zagueiro. Polga é o primeiro jogador, desde que o técnico chegou ao clube, em outubro de 2010, que tem o mesmo empresário em comum: Gilmar Veloz.

O técnico sabe da pressão que Mano Menezes viveu no Corinthians – e ainda vive na Seleção Brasileira – pela relação com seu empresário, Carlos Leite, e a utilização de jogadores também agenciados por ele.

Assim que Polga foi contratado, Tite fez questão de avisar que ele era a quarta opção, atrás de Chicão, Paulo André e Wallace. O comandante sempre foi justo nas escalações, deixando medalhões no banco, e até por isso a relação dele, Veloz e Polga chega a causar incômodo. O defensor, ex-Sporting (POR), havia sido oferecido diversas vezes ao Corinthians desde o início de 2011, mas sempre era descartado. Com as saídas de Leandro Castán e Marquinhos para a Roma (ITA), e o fechamento da janela de transferências, ele virou a solução da diretoria.

- Todos os jogadores que chegam para o Corinthians é técnico e direção também, nenhum é só da vontade do técnico. Há sintonia. Saíram dois importantes desse setor e tínhamos a necessidade. A vinda dele é para termos essas possibilidades – afirmou Tite, na primeira vez em que foi questionado sobre a contratação de Polga.

Outro fato que não deixa margem para críticas, além da conduta do treinador, é que Veloz não é tão próximo da diretoria alvinegra. A relação, aliás, chegou a ficar estremecida no fim do ano passado. O empresário irritou o Timão porque pediu alto e dificultou a chegada do atacante Osvaldo, ex-Ceará, que acabou acertando com o São Paulo. Semanas depois, exigiu um valor considerado “absurdo” na reunião da renovação de contrato de Tite. Tal fato fez o então presidente Andrés Sanchez vir a público para acusá-lo de ganancioso e o treinador, que passava férias nos Estados Unidos, intercedeu para resolver o impasse e estender seu vínculo.

Mano e Carlos Leite

As críticas a Mano Menezes e Carlos leite começaram em 2008, quando o empresário emprestou R$ 600 mil ao Corinthians para as contratações de Wellington Saci e Eduardo Ramos, atletas agenciados por ele.

Depois, ainda ajudaria na contratação do volante Elias, comprando parte dos direitos que pertenciam à Ponte Preta. Trouxe também o volante Cristian, o atacante Souza, e depois comprou parte dos direitos do meia Morais, que eram do Vasco, para o Timão continuar com o jogador. No começo do período de Mano, havia se tornado o empresário do lateral André Santos.

Com Tite no comando, Leite ajudou nas chegadas de Wallace e Willian (vendido para o Metalist-UCR). Também é Ramon (hoje emprestado ao Flamengo), além de Cássio e Romarinho, dois heróis do título da Libertadores.

Ao LANCENET!, Carlos Leite chegou a destacar:

- O Cássio trabalha comigo, o Romarinho trabalha comigo, mas o treinador de hoje (Tite) não trabalha comigo.