sábado, 4 de agosto de 2012

Um mês após título da Libertadores, Timão tenta 'esquecer' Mundial

Há exatamente um mês, a torcida do Corinthians soltava um dos maiores gritos de liberdade da história do clube. No dia 4 de julho, o Timão conquistou a tão sonhada Taça Libertadores da América, de maneira invicta. Foram 14 jogos, com oito vitórias e seis empates. Embora o clima ainda seja de festa para os torcedores, o técnico Tite vive um dilema: dividir as atenções do seu elenco entre o Campeonato Brasileiro e o Mundial de Clubes.

O torneio no Japão começa somente no dia 6 de dezembro, mas os jogadores admitem que é complicado manter o foco no Brasileirão sem vislumbrar a oportunidade de se tornar o melhor time do planeta. Alguns atletas saíram, reforços vieram, mas Tite mantém sua filosofia de merecimento: entra em campo quem treina melhor.

Grupo Corinthians Tite grupo corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)Grupo do Corinthians ouve Tite durante treino no CT (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)

Enquanto o troféu da Libertadores passeia e tem rotina de “popstar”, tendo atraído quase 20 mil pessoas para o Parque São Jorge, onde ficou exibido no memorial alvinegro, o time vive a rotina de cobrança do técnico, que descarta qualquer clima exaltado e de “pouco caso” com o Campeonato Brasileiro. O objetivo era chegar ao G-10 da competição, afastando o fantasma da zona de rebaixamento, onde o Timão esteve nas primeiras rodadas. Atual nono colocado, com 16 pontos, a equipe já carrega cinco jogos de invencibilidade e mira nova meta: estar entre os sete melhores.

 A regularidade, que marcou a campanha do Corinthians na busca pelo título continental, segue como elemento característico da equipe. Com estilo de jogo equilibrado, marcando poucos gols, mas sofrendo poucos também, o Timão mira acumular o maior número possível de pontos enquanto a distância no calendário para o Mundial ainda é grande (hoje, quatro meses).

Se os adversários no Brasileirão são bastante conhecidos, os futuros rivais no Japão ainda são uma incógnita. A estreia corintiana, no dia 12 de dezembro, em Toyota, será contra o vencedor do confronto entre Monterrey, do México, e quem vencer o duelo entre Auckland City (Nova Zelândia) e o campeão japonês. Curiosamente, o atual líder no país que sedia o campeonato é o Vegalta Sendai, que conta com um jogador revelado pelo Timão: o atacante Wilson, que atuou no clube entre 2003 e 2007.

A motivação para o Mundial é a mesma da Libertadores: calar os críticos e provar que o Corinthians é capaz de superar os campeões dos outros continentes, principalmente o inglês Chelsea, que, assim como o time de Parque São Jorge, quebrou um tabu e conquistou pela primeira vez o principal torneio de futebol na Europa. Em entrevista na última quinta-feira, o goleiro Cássio admitiu a ansiedade.

– É difícil não pensar, mas acaba sendo necessário. Não podemos abandonar o Brasileirão por causa do Mundial. É claro que nós jogadores pensamos, mas o elenco é bom, dá para brigar tendo foco – avaliou.

Assim como o dia 13 é sagrado para o corintiano (devido ao título paulista de 1977, conquistado nesta data, em outubro daquele ano), o dia 4 também já se tornou especial após a Libertadores. A final do Mundial está marcada para o dia 16 de dezembro. Mais uma marca especial para o calendário do Timão? 25 rodadas de Campeonato Brasileiro ainda separam o torcedor da resposta. 

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