No dia 21 do mês passado, um sinalizador naval disparado pela torcida corintiana matou um adolescente boliviano no jogo entre San José e Corinthians, em Oruro. Doze corintianos ainda estão presos na cidade boliviana, mesmo com a confissão de H.A.M, que afirmou ter lançado o artefato de maneira involuntária. Vampeta jogou nos dois times de maior torcida no Brasil e sabe bem como é a relação clube e torcida. Para ele, o problema é que alguns indivíduos pensam que são maiores que as agremiações.
- Alguns torcedores querendo ser maior que o clube, esse é o problema. Alguns torcedores de organizada. Eu posso ir para a arquibancada, ou para a tribuna e torcer para o mesmo Corinthians que aquele cara torce. Alguns torcedores acham que são maiores que aquele escudo. Como vai consertar isso? - questionou Vampeta.
O ex-jogador é categórico ao afirmar que todos os clubes mantém relação estreita com as organizadas. Para ele, a saída é que haja punição a quem comete qualquer tipo de delito.
- Todos clubes recebem pessoal de torcida organizada. Esses caras têm que ser presos mesmo. O presidente do Palmeiras foi fera (após a torcida palmeirense ter agredido os jogadores do clube no aeroporto em Buenos Aires, Paulo Nobre promteu cortar todas as regalias para a torcida). É difícil tomar uma decisão dessas. Eles ligam na sua casa, ameaçam. O torcedor fala que ama o clube. Só conserta quando o cara que faz a bagunça é pego. Nem todo mundo em organizada é vândalo. Pega o cara que fez a m..., entrega e prende.
Vampeta defende punição severa a vândalos organizados (Foto: Thiago Braga/Sportv.com)
Ele lembra que já teve um problema com a maior organizada Alvinegra só porque não concordou com uma opinião dos torcedores.
- Eu tive um problema com a Gaviões da Fiel. Eles falavam que o título mais importante do Corinthians foi o Paulista de 1977. Aí dei uma entrevista e falei que em 1977 eu tinha três anos e que para mim (tinha o mesmo significado que o) Paulista de 1999 e 2003, que eu ganhei. E falei também que quando a Gaviões perde o carnaval, nunca fui lá querer bater em ninguém. No dia seguinte o Parque São Jorge estava lotado e os caras pedindo para eu prestar atenção – recordou, aos risos.