Poucos jogadores tiveram uma ascensão tão rápida na carreira quanto o volante Paulinho, que deixou o Bragantino em 2009 para chegar na metade de 2012 como um dos melhores jogadores da atualidade no futebol brasileiro. Suas atuações nas campanhas vitoriosas do Corinthians no Brasileirão 2011 e Libertadores 2012 falam por si. O ‘meteoro’ paulistano, prestes a completar 24 anos, já chama a atenção pela abrangência de seu jogo, em que defesa e ataque funcionam com a mesma eficiência. Com a conquista da América, o volante virou um dos alvos preferenciais da Internazionale para a próxima temporada europeia, que já se encaminha para seu início.
Pensando nisso, Goal.com analisa a possível ida do ‘motor’ corintiano ao San Siro, considerando que, ele também pode permanecer e marcar ainda mais seu nome no clube do Parque São Jorge.
Apesar da pouca idade, é possível dizer que Paulinho, ao menos em nível de futebol brasileiro, não teria nada mais a provar. Campeão nacional e continental, se destacando pela regularidade nas duas campanhas, o volante é, com razão, um dos jogadores mais pedidos na Seleção de Mano Menezes, que carece de um jogador da posição com uma chegada tão forte na frente.
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Conseguindo levar ao Calcio as mesmas atuações que o tornaram célebre, Paulinho se tornaria nome obrigatório com a camisa verde-e-amarela. Isso sem falar nos benefícios que a experiência na Europa proporciona aos jogadores brasileiros, que têm a oportunidade de aprimorar seus melhores fundamentos e adquirir outras habilidades. Para um jogador que já é conhecido como ‘completo’, ser desafiado a ir além pode leva-lo a outro patamar.
Depois de uma temporada ruim, a Internazionale parece disposta em apostar em um projeto de renovação, o que ficou explícito pela saída de jogadores como Lúcio e, potencialmente, Maicon. A efetivação do jovem Andrea Stramaccioni para o comando e a promoção de vários jovens ao time principal também reforçam essa nova tendência no San Siro. Paulinho se encaixaria muito bem nos planos do time de Massimo Moratti: um jogador jovem, mas com bagagem para encarar uma responsabilidade maior.
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O encaixe de Paulinho na equipe do San Siro não é difícil de enxergar no momento: ele poderia cumprir sem problemas as funções do meio-de-campo com três ou quatro jogadores, como um dos volantes mais abertos que saem para o jogo e voltam para dar cobertura.
A questão, aqui, é a concorrência, já que jogadores como Cambiasso, Zanetti, Freddy Guarín e Dejan Stankovic saem na disputa pelo tempo de clube. A não ser que o treinador novato demonstre ousadia e promova uma revolução no modo de jogar dos nerazzurros, cenário pouco provável.
Medir o potencial da Inter para a temporada que se aproxima é uma tarefa difícil. É difícil prever como o clube se comportará no mercado de transferências, embora esse seja um dever óbvio para a situação na qual se encontra. Se por um lado a transferência significa, para Paulinho, pisar em solo desconhecido, por outro é a chance de consolidar seu nome por mérito próprio. A exemplo do que aconteceu no Corinthians, o volante poderia se tornar o expoente de um time que, se não é brilhante, beira à excelência no aspecto coletivo.
Já marcado na história de um dos clubes mais populares do Brasil, Paulinho tem em mãos a oportunidade de aprofundar essa relação, e o motivo é óbvio: o Mundial de Clubes, no fim do ano, e a Copa Libertadores, já no ano seguinte. Ídolo da torcida corintiana, o jogador de 24 anos tem um status privilegiado no Pacaembu, que levaria algum tempo para se reconstruir em outro lugar.
Embora a saída do país aumente sua visibilidade, é consenso geral que o alvinegro deve receber nova chance com a Seleção muito em breve. Mano Menezes não perderia a oportunidade de incluí-lo no projeto 2014 desde já.
Vale lembrar, também, que a nova atitude dos clubes brasileiros, que estão conseguindo reter os melhores talentos por mais tempo, e agregando cada vez mais outros vindos de fora, está fazendo com que os atletas pensem melhor sobre a necessidade de deixar o país. Em um futuro idealizado, próximo ou não, quem garante que a competitividade local não será tão grande quanto no exterior? Cabe a Paulinho pagar, ou não, para ver.
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Dinheiro para mim hoje não é um problema. Se eu for embora vou ganhar, se eu ficar, da mesma forma vou ganhar. Não penso no dinheiro, prefiro pensar na minha carreira |  |