terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Perigo futuro: grupos sem brasileiros reúnem 18 títulos da Libertadores

Huachipato, San José, The Strongest... O sorteio dos grupos da Libertadores foi bondoso com os clubes brasileiros. Eles escaparam de algumas das principais potências sul-americanas e ganharam margem maior para classificação na primeira etapa do torneio. Mas o perigo está guardado para o futuro. Nas etapas de mata-mata, equipes tradicionais, recheadas de títulos, acostumadas a decisões, devem cruzar o caminho verde-amarelo.

A Libertadores tem oito grupos. Quatro deles têm brasileiros. Os outros quatro reúnem 18 taças da competição. Ali estão multicampeões como Boca Juniors, Nacional, Peñarol e Olimpia, além de ameaças como o Vélez Sarsfield.

 títulos estrangeiros na libertadores (Foto: arte esporte)

Grupo 1: campeões juntos

O Grupo 1 tem duas potênciais. O Boca Juniors, hexacampeão, mede forças na chave com o Nacional, dono de três conquistas da Libertadores. A eles, somam-se o Barcelona, do Equador, que já foi finalista da disputa, e o Toluca, do México. Talvez seja a chave mais pesada.

O Boca tem o elenco mais completo da Argentina, com dois jogadores confiáveis por posição. Fez uma grande contratação, o atacante Burrito Martínez, e
manteve Riquelme. Além disso, conta com a volta de Bianchi"

Ezequiel Cogan, do diário argentino "Olé"

O Boca agregou tradição à sua camiseta histórica. Contratou o técnico Carlos Bianchi, tetracampeão da Libertadores - três títulos com o próprio Boca e outro com o Vélez. A contratação de Martínez, que estava no Corinthians, reforçou o sistema ofensivo, que ainda contará com o retorno de Riquelme, ídolo dos xeneizes. O vice-campeão da última Libertadores parece ainda mais forte.

O Nacional tentará desbancar o rival argentino. Para isso, conta com dois veteranos idolatrados pela torcida: Loco Abreu e Álvaro Recoba. É um time experiente, reforçado por nomes importantes do futebol uruguaio - caso do zagueiro Albín, por exemplo.

Consequentemente, Barcelona e Toluca correm por fora. O time do Equador tenta reencontrar a força dos anos 90, quando foi duas vezes vice-campeão - para o Olimpia, em 1990, e para o Vasco, em 1998. O Toluca, segunda equipe mais vencedora do México, agora tenta ganhar força internacional.

Martinez pelo Boca juniors (Foto: AFP)Martínez, ex-Corinthians, é uma das armas ofensivas do Boca Juniors, ao lado de Riquelme (Foto: AFP)

Grupo 4: Peñarol e Vélez como favoritos

O Vélez Sarsfield, da Argentina, tende a ser um dos clubes mais fortes da Libertadores. Campeão em 1994, o clube aos poucos retoma a força de duas décadas atrás. Agora, tem o reforço do meia Gago para eliminar os detalhes que o afastaram do título nas duas últimas edições.

O Peñarol não fez contratações de nome e manteve praticamente o elenco do último semestre. É uma equipe que já se conhece bem e tem poderio com Zalayeta, atacante que arma o jogo e não costuma falhar na área"

Sebastián Amaya, do diário "El Observador"

No ano passado, o Vélez foi até as quartas de final, quando caiu para o Santos. Em 2011, perdeu para o Peñarol nas semifinais. Pois é justamente o time uruguaio que surge como maior adversário dos argentinos no Grupo 4. Os carboneros mantiveram a base e tentam passar de fase para colocar em prática seu espírito copeiro, responsável por dez finais de Libertadores - com cinco títulos e cinco vices.

O Emelec, do Equador, também tem tradição em Libertadores. Mas costuma morrer cedo. Neste ano, tenta repetir a façanha de 2012, quando eliminou o Olimpia em Assunção na última rodada da fase de grupos - e derrubou o Flamengo junto. O Deportes Iquique, do Chile, entra como azarão em sua primeira edição do torneio, depois de eliminar o León, do México, nos pênaltis na pré-Libertadores.

Marcelo Zalayeta comemora gol do Penarol (Foto: AFP)Marcelo Zalayeta é considerado a grande arma do Peñarol, campeão do Apertura em 2012 (Foto: AFP)

Grupo 6: pouca ameaça

Pelo menos na teoria, o Grupo 6 é o mais frágil. É o único sem campeões da Libertadores. Tem como principal componente o Cerro Porteño, do Paraguai, que chegou seis vezes às semifinais. O clube tem um treinador acostumado a mata-mata, o uruguaio Jorge Fossati, que levou o Inter até a beirada do título em 2010 - foi substituído por Celso Roth depois de eliminar o Estudiantes nas quartas de final.

O Cerro manteve boa parte do time campeão do Apertura de 2012. O técnico Jorge Fossati gosta de armar a equipe no 3-5-2, em que se destaca Fabbro: talentoso, cria jogadas de perigo e tem habilidade na bola parada"

Juan Carlos Lezcano Flecha, do "ABC Color"

O Tolima, da Colômbia, é um concorrente perigoso. Incomodou o Grêmio em 2007 e eliminou o Corinthians da pré-Libertadores em 2011. A chave ainda tem outro clube do país, o Independiente Santa Fé, campeão do Torneio Apertura em 2012. Tem um time veloz e uma torcida apaixonada.

O Real Garcilaso, do Peru, completa a chave. É um clube jovem, de pouco mais de três anos - uma incógnita, portanto. O elenco foi totalmente reformulado, mas chega com a credencial de ter conquistado o título nacional no ano passado.

Jorge Fossati, Técnico do Cerro (Foto: Divulgação)Jorge Fossati, ex-técnico do Inter, comanda o Cerro Porteño como favorito do Grupo 6 (Foto: Divulgação)

Grupo 7: três favoritos para duas vagas

O equilíbrio marca o Grupo 7 da Libertadores. A chave parece ter três times brigando por duas vagas: o Olimpia, tricampeão da América, o Universidad de Chile, que tenta se remontar depois da força mostrada nos últimos anos, e o Newell's Old Boys, clube tipicamente argentino. A eles, soma-se o Deportivo Lara, da Venezuela.

La U tem um time que trabalha junto há anos com um bom
sistema de jogo. Mas perdeu o técnico Sampaoli para a seleção, e alguns jogadores foram vendidos. Não se sabe se os reforços vão manter o nível, como o atacante César Cortés (campeão pelo Huachipato)"

José Arnaldo Peréz, da "Rádio Cooperativa"

Os paraguaios tentam superar o trauma do ano passado, quando foram batidos pelo Emelec em casa na última rodada da primeira fase e tiveram eliminação precoce. Mudou bastante o elenco depois de uma temporada irregular.

O Universidad de Chile tenta se manter como um dos principais clubes do continente. Em 2011, foi campeão da Sul-Americana. É uma equipe forte, que tem o goleiro Johnny Herrera, ex-Corinthians, como um dos destaques.

O Newell's aposta em uma equipe sólida na defesa, com a presença do experiente zagueiro Heinze, para ir adiante na competição. Não tem a mesma experiência de outros clubes do país, mas pode ir longe. Reforçou-se com Maxi Rodríguez, ex-Atlético de Madri.

Contra todos eles, surge o Deportivo Lara. Muito forte na temporada 2011-2012, o clube tenta se reencontrar depois de alguns problemas internos, inclusive de ordem econômica.

Johnny Herrera La U (Foto: AFP)Ex-Corinthians, Johnny Herrera é um dos remanescentes do time e tem o pepel de líder (Foto: AFP)